Uma empresa de biotecnologia holandesa, Micreos, apresentou no encontro científico EuroSciCon, realizado recentemente em Londres, uma nova substância não antibiótica capaz de combater infeções bacterianas. A eficácia foi comprovada pela erradicação da bactéria MRSA, conhecida pela resistência face à maioria dos antibióticos. O fármaco já está disponível em creme para o tratamento de infeções cutâneas (acne, eczema e rosácea) e os investigadores esperam criar uma versão injetável ou em comprimido nos próximos cinco anos.

Este novo medicamento é inovador porque os antibióticos têm sido a classe de medicamentos mais importantes desde a descoberta da penicilina, há quase 90 anos. Mas a Organização Mundial da Saúde tem vindo a alertar para a ameaça da resistência antimicrobiana, salientando a urgência de uma nova era, pós-antibiótico, sob pena de infeções comuns poderem tornar-se fatais já neste século.

Os cientistas defendem que esta nova tecnologia é menos propensa à resistência bacteriana do que os antibióticos, uma vez que o tratamento ataca as infeções de uma forma completamente diferente. Neste caso, o tratamento serve-se de enzimas apelidadas endolisinas, normalmente presentes em vírus e que combatem algumas bactérias sem prejudicar as que têm efeitos benéficos no organismo. Em novembro de 2014, a Micreos fez história ao lançar Staphefekt, a primeira enzima para uso humano que mata a bactéria MRSA.