“Tendo em conta que o modelo de reorganização da UML-Oftalmologia, apesar de científica e clinicamente válido, não reúne ainda o necessário consenso alargado, o CHULN decidiu, em articulação com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, manter o modelo anterior, garantindo uma escala de urgência em presença física”, refere em comunicado.

Esta medida conta com “o esforço dos profissionais do Serviço de Oftalmologia e acautela um período de discussão mais alargado, ao mesmo tempo que permite tranquilizar os utentes nesta fase de pandemia”.

Na prática, salienta, o CHULN acabou por manter “o modelo presencial, já que a especialista que estava escalada de prevenção na última noite, data em que o novo modelo deveria entrar em vigor, permaneceu em presença no Hospital de Santa Maria durante todo o período”.

O esclarecimento do CHULN, que integra os hospitais Santa Maria e Pulido Valente, surge depois da Ordem dos Médicos e do Sindicato Independente dos Médicos terem criticado a decisão da Administração Regional de Saúde de deixar toda a região de Lisboa sem urgência noturna de oftalmologia no período entre as 20:00 e as 08:00.

De acordo com a informação enviada pela ARSLVT aos hospitais, citada pela Ordem dos Médicos, durante o período das 20:00 às 08:00 não haveria atendimento de doentes externos, sendo que estes doentes seriam observados no dia seguinte nos hospitais da sua área ou, caso isso não fosse possível, seriam enviados durante o período diurno para o CHULN e para o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC), consoante as suas respetivas áreas de referenciação”.

Durante a noite, segundo a mesma nota da ARSLVT, apenas haveria um oftalmologista de prevenção em cada polo que responderia a situações de doentes politraumatizados ou doentes internados que necessitassem de atendimento oftalmológico emergente, assim como as situações de glaucoma agudo.

“Todos os restantes doentes contemplados nos critérios de referenciação previamente acordados, poderão ser diferidos para o dia seguinte”, acrescenta a nota.