“Vacinar o mundo contra a doença covid-19 será em breve uma das tarefas mais gigantescas da história da Humanidade, e teremos de avançar o mais rápido possível assim que as vacinas possam ser produzidas”, declarou a diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Henrietta Fore, citada num comunicado.

“De forma a avançarmos mais rápido, no futuro, precisamos de avançar rapidamente agora”, frisou a representante, precisando que, até ao final de 2020, a UNICEF pretende adquirir e armazenar 520 milhões de seringas em zonas que irão possibilitar uma rápida e mais económica mobilização.

Para dar uma ideia da dimensão da tarefa, Henrietta Fore frisou que este número de seringas é o suficiente para “dar uma volta e meia ao mundo”.

Durante 2021, e partindo do pressuposto que vão existir doses suficientes das vacinas contra a doença covid-19, a UNICEF espera atingir as mil milhões de seringas para apoiar os esforços de imunização contra o novo coronavírus à escala global.

A este número, juntam-se as outras 620 milhões de seringas que a agência da ONU vai adquirir para outros programas de vacinação contra outras doenças, como, por exemplo, o sarampo e a febre tifoide.

Até à data, não existe nenhuma vacina operacional contra a covid-19, doença provocada pelo coronavírus SARS-Cov-2 que já matou mais de 1,1 milhões de pessoas em todo o mundo desde o final de dezembro de 2019, altura em que a estirpe foi detetada na China.

Em todo o mundo, e até ao momento, existem mais de 40 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus.

Quase 200 vacinas estão atualmente em diferentes fases de desenvolvimento e cerca de uma dezena já entrou na fase final de testes clínicos, antes de uma avaliação e de uma possível autorização pelas autoridades sanitárias, segundo os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os fundos necessários para adquirir as seringas, mas também cinco milhões de caixas de recolha segura de seringas usadas, são provenientes da Aliança Global para as Vacinas (GAVI), que é uma colaboração entre autoridades públicas, fundações, organismos internacionais e empresas.

Em setembro passado, o antigo primeiro-ministro português Durão Barroso foi nomeado presidente da GAVI.

A UNICEF — que é a maior compradora mundial de vacinas — é a responsável pela coordenação do fornecimento.

No início de setembro, a UNICEF anunciou que ia coordenar uma operação de proporções “inéditas” de compra e distribuição de vacinas contra a doença covid-19 para dezenas de países de baixos e médios rendimentos.

É “a maior e mais rápida operação alguma vez realizada na aquisição e distribuição de vacinas” e está integrada no plano do Mecanismo de Acesso Mundial às Vacinas contra a Covid-19 (COVAX), um mecanismo global co-liderado pela OMS para a compra e distribuição equitativa de vacinas a países com baixos e médios rendimentos, divulgou então a agência liderada por Henrietta Fore.