De acordo com o documento elaborado pelo segundo ano consecutivo pelo gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, no ano passado um total de 30.544 portugueses foram viver para o Reino Unido, mantendo-se a tendência de crescimento dos últimos cinco anos.

O fluxo migratório para o Reino Unido tem “características novas”, sendo o país de destino em que “é maior a proporção de portugueses qualificados”, lê-se no relatório.

Os enfermeiros constituem um caso particular: Portugal forma entre 3.000 a 3.500 enfermeiros por ano, segundo a Ordem dos Enfermeiros, e “cerca de um terço deste número, 1.211 enfermeiros portugueses, começou a trabalhar em 2013 no Reino Unido, segundo a Nursing and Midwifery Council”.

De forma geral, “o emprego no Reino Unido foi obtido através de agências empregadoras que, neste país ou em Portugal, recrutam enfermeiros portugueses”, acrescenta o documento do executivo.

A emigração permitiu, “na maioria dos casos, percursos de mobilidade profissional”, refere o relatório: “Se antes de emigrarem metade dos inquiridos procurava o seu primeiro emprego e 16% tinha perdido o emprego, depois da emigração para o Reino Unido todos estavam empregados”.

O número dos que tinham um posto especializado de trabalho mais do que duplicou com a emigração, passando de 72 para 167. Ou seja, a emigração não só permitiu o acesso ao emprego, tanto por recém-licenciados, como por profissionais desempregados, como permitiu concretizar percursos de promoção profissional”, de acordo com um estudo citado pelo documento do Governo que abrangeu 349 enfermeiros portugueses.

O mesmo estudo revela ainda que mais de metade dos inquiridos não pretende regressar a Portugal antes da reforma, posição inversa à intenção de regresso ao país de origem no curto-médio prazo expressa por uma grande percentagem de imigrantes, no contexto das migrações internacionais.