A transplantação registou uma diminuição de cerca de seis por cento em 2011, uma redução que se justifica, em parte, pela quebra no número de dadores e de órgãos, nomeadamente rins, embora ainda se mantenha acima da média europeia.

Dados preliminares da Autoridade para os Serviços de Sangue e Transplantação (ASST) revelam que "o número de dadores de órgãos registou, em 2011, uma diminuição de cerca de sete por cento".

Este organismo ressalva que Portugal tinha, em 2010, valores que atingiam quase o dobro da média da União Europeia.

Apesar da diminuição, foram colhidos mais dois órgãos que em 2010, uma vez que a colheita de órgãos por dador registou um ligeira subida (em média cerca de três).

Em 2011 registou-se um número "muito baixo de dadores em outubro (13)", valor que "recuperou rapidamente para uns mais habituais 26 e 31, em novembro e dezembro, respectivamente".

Estes dados indicam que "as percentagens de dadores e órgãos não utilizados são pequenas (entre cinco a 10%)" e que, em termos de cooperação internacional, "foram disponibilizados para Espanha 60 órgãos, dos quais 44 (73%) foram aproveitados, cinco em doentes portugueses".

Por área, os dados agora disponíveis indicam que, em termos de transplantes renais, "Portugal atingiu em 2011 uma taxa de cerca de 50 transplantes por milhão de habitante, esperando-se que esse valor atinga, até ao próximo verão, os 10.000 transplantes renais em 30 anos de atividade".

Em termos de transplantes hepáticos, o número tem vindo a diminuir desde 2008 (cerca de 20%).

Esta diminuição deve-se, em grande parte, "ao desenvolvimento de alternativas ao transplante que explicam, por razões clínicas, esta redução na atividade".

"Com uma taxa de 20,6 transplantes por milhão de habitante, em 2010, só a Bélgica e a Croácia tinham valores superiores e mesmo assim bastante próximos de Portugal (a Espanha registava 20,7)".

Os transplantes cardíacos "mantêm-se estáveis há oito anos, com valores acima da média da União Europeia", segundo a ASST, que, em relação aos de pulmão, reconhece que "continuam abaixo da média da União Europeia, mas duplicaram este ano".

"Os transplantes de pâncreas só são ultrapassados a nível europeu pelos valores do Reino Unido, Noruega e Áustria", indica o organismo.

Porém, Portugal está "acima da média europeia em termos de transplantes renais, hepáticos, cardíacos e pancreáticos", e em termos de transplantes pulmonares e pancreáticos, atingiu em 2011 "o melhor valor de sempre".

Em relação ao transplante de córneas, "Portugal efetuou, em 2010 e 2011, mais cerca de 20 por cento que em 2008 e 2009".

31 de janeiro de 201

@Lusa