Segundo os investigadores, estas conclusões podem ser o início de uma revolução na abordagem terapêutica da patologia que pode, mesmo, vir a ser erradicada.
"A investigação científica no campo das células estaminais está a produzir resultados a um ritmo alucinante. Praticamente todos os meses são divulgados novos estudos sobre possíveis avanços científicos relativamente à utilização deste recurso no tratamento ou reversão de diferentes patologias. Neste caso em concreto, o que as conclusões revelam é que a aplicação de células estaminais mensenquimais pode, mais do que ser uma opção terapêutica, vir a revolucionar completamente a medicina, ao conseguir adiar indefinidamente o aparecimento da osteoporose", explica Patrícia Cruz, diretora do Banco de Tecidos e Células do Laboratório Cytothera.
O estudo, conduzido por investigadores da Universidade de Toronto, começou por indiciar uma relação causal entre o aparecimento de osteoporose tipo 2 (em ratinhos) e a baixa presença de células estaminais mesenquimais. Com base nesses resultados, os investigadores decidiram confirmar se o transplante de células estaminais mesenquimais poderia impedir ou tratar a patologia. Assim, foram administradas células estaminais mesenquimais de animais saudáveis em ratinhos com osteoporose e, após seis meses, verificou-se que os ossos se transformaram em ossos saudáveis e funcionais.
A Cytothera foi a primeira empresa, em Portugal, a garantir o serviço de isolamento de células estaminais mesenquimais. As células estaminais mesenquimais representam menos de 0,1% da totalidade das células presentes no tecido do cordão umbilical. Para o processo de criopreservação ser considerado bem sucedido, têm de ser atingidas 3 milhões de células estaminais, sem qualquer tipo de contaminação bacteriana ou fúngica detetada. Estas células ficam imediatamente disponíveis para utilização em futuras terapias celulares.
A osteoporose afeta mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo e, em Portugal, calcula-se que existem entre 700 a 800 mil diagnósticos positivos, segundo a Associação Nacional Contra a osteoporose (APOROS).
A osteoporose é uma doença esquelética sistémica que se caracteriza pela diminuição da massa óssea e uma alteração da qualidade microestrutural do osso, levando a uma diminuição da resistência óssea e ao consequente aumento do risco de fraturas. Na forma de osteoporose associada à idade, a estrutura interna do osso diminui, tornando o osso mais fino e menos denso. A doença é responsável por cerca de 9 milhões de fraturas em todo o mundo.
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