“Cada vez mais se verifica a necessidade de fazer os portugueses perceberem que não têm um serviço médico de emergência, mas apenas um serviço de socorro, sem qualidade e evidências científicas, que todos os dias apresenta falhas que custam vidas”, lê-se num comunicado enviado à agência Lusa.

A posição daqueles profissionais ocorre depois de o clínico de urgência médica Filipe Serralva ter considerado, na quarta-feira, na Assembleia da República, haver no Tâmega e Sousa uma “resposta insuficiente” na urgência pré-hospitalar, reclamando para o território uma segunda Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), sediada em Amarante.

“Há uma resposta insuficiente [na região]. Propomos a troca de uma [ambulância] SIV (Suporte Imediato de Vida) por uma VMER”, referiu o médico, numa audição realizada a pedido do PSD.

Segundo aquele partido, através do deputado Pedro Melo Lopes, ocorre uma “falha grave na urgência pré-hospitalar” naquele território.

Na audição parlamentar também foi ouvido o presidente do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica), Luís Meira, que disse não sentir que haja “uma resposta diminuída na região” ao nível da urgência pré-hospitalar, admitindo, contudo, que pode ser melhorada.

Observou, por outro lado, não haver “situações em que não seja prestado socorro”, apesar de haver aspetos que carecem de melhoria.

Contudo, de acordo com o comunicado da Associação Nacional de Técnicos de Emergência Médica, “enquanto o atual modelo não sofrer alterações de fundo, essencialmente no que diz respeito à educação e competências das tripulações das ambulâncias, sendo esta a base de resposta”, manter-se-á o “nível de ineficácia dos serviços médicos de emergência”.

“Portugal detém um serviço de socorro que põe em causa a saúde do portugueses, num sistema integrado de emergência médica incapaz de responder em tempo”, conclui-se ainda no comunicado.