Ao decidir não intervir, o tribunal superior ratifica uma decisão judicial anterior que condena o grupo a pagar 25 milhões de dólares a um aposentado, Edwin Hardeman, que atribui o seu cancro a esse herbicida à base de glifosato.
De acordo com a prática habitual, o Supremo Tribunal não justificou a sua decisão, o que pode gerar consequências graves para a Bayer, alvo de mais de 31.000 denúncias semelhantes, além daquelas para as quais já chegou a um acordo. E esse número ainda pode aumentar.
A empresa alemã já destinou 6,5 mil milhões de dólares para enfrentar novos processos (2 mil milhões inicialmente e depois mais 4,5 mil milhões após a rejeição de um acordo).
A decisão do tribunal "abre caminho" para as vítimas de cancro perante a justiça, declarou o advogado Matt Stubs.
O seu escritório representa milhares de denunciantes contra o Roundup e "uma onda de casos" irá a julgamento "nos próximos meses", afirmou.
Nesta terça-feira, as ações da Bayer registaram uma queda de 2,05% na Bolsa de Frankfurt.
"A Bayer respeitosamente discorda da decisão", mas "está totalmente preparada para enfrentar o risco legal associado a possíveis denúncias futuras nos Estados Unidos", reagiu o grupo em comunicado.
A empresa diz que "não admite culpa ou responsabilidade" e "continua a apoiar os produtos da linha Roundup, uma ferramenta valiosa para a produção agrícola eficiente em todo o mundo".
O principal ingrediente ativo do Roundup é o glifosato, classificado como "provavelmente cancerígeno" pela Agência Internacional de Pesquisa em Cancro (IARC) da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A Monsanto insiste que nenhum estudo concluiu que o Roundup - comercializado desde a década de 1970 - e o glifosato são perigosos. O grupo alemão Bayer comprou a empresa americana em 2018 por 63 mil milhões de dólares.
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