O número de mortos infetados com o novo coronavírus em Itália subiu para 827. O último balanço apontava para 631 vítimas mortais, o que significa que nas últimas 24 horas morreram mais 196 pessoas.

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

Já o número total de infetados, incluindo aqueles que já recuperara, subiu de 10.149 para 12.462.

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, anunciou, na segunda-feira, que os 60 milhões de habitantes do país ficarão em quarentena até ao dia 3 de abril, com um conjunto de restrições à circulação, o executivo procura agora minimizar o impacto do vírus na economia do país.

Itália prepara medidas mais restritivas para a região da Lombardia

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, admitiu esta quarta-feira (que o governo estuda a autorização de "medidas mais restritivas" contra a epidemia do coronavírus na Lombardia, como pedem as autoridades desta rica região do norte da península.

"Não nos opomos a medidas mais restritivas", afirmou Conte num encontro com a imprensa ao referir-se ao pedido do governador da Lombardia de um "encerramento total", que inclui fábricas, lojas e transportes públicos.

Entre as áreas mais industrializadas e ricas da Itália, a região registou 468 mortes do total nacional de 631, sendo a mais afetada pela epidemia.

"Estamos prontos para introduzir medidas mais restritivas para a Lombardia e para as outras regiões que assim solicitarem", declarou Conte em conferência de imprensa.

Em entrevista ao jornal "Il Corriere della Sera", o presidente da Lombardia, Attilio Fontana, defendeu "medidas ainda mais drásticas" do que as que se encontram em vigor.

"Se a epidemia continuar a propagar-se à velocidade atual, o sistema (de saúde) não vai aguentar", explicou.

Fontana, do partido opositor de extrema direita Liga, pediu em várias ocasiões que se bloqueasse todas as atividades na Lombardia - à exceção de setores cruciais como produção e distribuição de produtos alimentícios e de remédios.

"A única receita é reduzir o contacto entre as pessoas", frisou.

O governador conta com o apoio dos presidentes municipais das principais cidades, que defendem o encerramento total. Este é o mesmo modelo aplicado na China, o qual parece começar a dar resultados.

A região teme um colapso do sistema de saúde e que a capacidade das salas de cuidados intensivos não seja suficiente para enfrentar o número de doentes graves.

"Até ao momento, o número de lugares disponíveis é maior do que as necessidades", afirmou o responsável pelo setor da saúde da Lombardia, Giulio Gallera.

Este negou "de forma categórica" que, diante do fluxo de pacientes, os médicos tenham de escolher quem salvar, como chegou a ser noticiado por um jornal local, com base na entrevista de um morador.

Capital económica da península, Milão era, esta quarta, uma cidade fantasma. Está assim desde domingo, quando as autoridades decidiram isolar a população e impedir qualquer viagem, reuniões e outras formas de assembleia.

Como gesto simbólico, a famosa marca Armani anunciou o encerramento das suas lojas, restaurantes e hotéis na capital.

"A situação está completamente bloqueada. Não há clientes, nem entram nem saem. Muitos colegas já estão em casa sem fazer nada (...) Milão não está vazia, está deserta! Parece uma cidade sob toque de recolher", disse à AFP, Daniele, um taxista de 59 anos, enquanto esperava algum passageiro.

O governo italiano tomou medidas severas, que incluem ao encerramento de escolas e universidades, assim como a proibição de casamentos, batizados e funerais. Até então, não ordenou o encerramento das fábricas.

Veja em baixo o mapa interativo com os casos de coronavírus COVID-19 em todo o mundo:

Se não conseguir ver o mapa desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins, siga para este link.

A epidemia de COVID-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.300 mortos em 28 países e territórios.

O número de infetados ultrapassou as 120 mil pessoas, com casos registados em 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 59 casos confirmados.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (18), ao passar de 41 para 59.

A região Norte continua a registar o maior número de casos confirmados (36), seguida da Grande Lisboa (17) e das regiões Centro e do Algarve (três cada).

O boletim divulgado hoje assinala também que há 83 casos a aguardar resultado laboratorial e 3.066 contactos em vigilância, um aumento face aos 667 divulgados na terça-feira.

No total, desde o início da epidemia, a DGS registou 471 casos suspeitos.

O Conselho Nacional de Saúde Pública (CNSP) reúne-se hoje para discutir medidas de contenção do surto de COVID-19, incluindo a possibilidade de antecipação das férias escolares da Páscoa.

As medidas já adotadas em Portugal para conter a epidemia incluem, entre outras, a suspensão das ligações aéreas com a Itália, a suspensão ou condicionamento de visitas a hospitais, lares e prisões, e a realização de jogos de futebol sem público.

Acompanhe aqui, ao minuto, todas as informações sobre o novo coronavírus em Portugal e no mundo.

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