O número de mortes devido ao surto de ‘legionella' que está afetar os concelhos de Vila do Conde, Póvoa de Varzim e Matosinhos aumentou hoje para seis, divulgou à Lusa fonte de Administração Regional de Saúde do Norte
A mais recente vítima mortal registou-se hoje no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, onde, de acordo com fonte dessa unidade, já ocorreram no total 4 óbitos e mantêm-se 20 pessoas internadas, mais duas em relação a segunda-feira.
Também no Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim aumentou o número de internamentos devido à doença, com mais dois casos diagnosticados, elevando para 13 o número de pessoas que estão a receber assistência na unidade, onde já se registaram duas mortes, confirmou, também, fonte da unidade poveira.
No total, e segundo fonte da Administração Regional de Saúde do Norte, já se registaram, desde o início do mês, 56 casos de ‘legionella' em concelhos da região Norte, sendo que a origem do surto ainda está por determinar. No entanto, a Diretora-Geral da Saúde (DGS) disse ontem que desde 29 de outubro se registaram 64 casos de infeção por esta bactéria.
A doença do legionário, provocada pela bactéria 'Legionella pneumophila', contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.
O Jornal de Notícias avança que a fonte de contaminação considerada mais provável é uma torre de refrigeração entre o sul do concelho de Vila do Conde e o norte de Matosinhos, mas a origem do contágio continua por apurar.
Graça Freitas deixa “uma palavra tranquilidade”
Questionada ontem na conferência regular de atualização dos números da COVID-19 sobre o surto de ‘legionella’, Graça Freitas começou por afirmar que, apesar de haver “uma epidemia de covid, as outras doenças continuam a manifestar-se e o sistema ainda bem que as consegue detetar”. “A doença dos legionários é uma doença sazonal, está na altura de termos este tipo de doença, e o que nós constatamos é que desde o dia 29 do mês passado na região Norte foram notificados 64 casos de doença dos legionários”, adiantou.
Graça Freitas adiantou que, investigados esses casos, parece que 46 deles pertencem ao mesmo grupo e estão localizados na região litoral da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, “o que indica ou indicará uma fonte comum”.
Sobre o facto de a doença atingir pessoas mais velhas, explicou que esta doença se caracteriza por isso e também por atingir mais homens do que mulheres.
A diretora-geral da Saúde quis deixar “uma palavra tranquilidade” a todas as pessoas desta região: “esta não é uma doença que se contagia, não passa de uma pessoa para outra pessoa. Passa-se por fontes ambientais, por aerossolização desta bactéria que se chama ‘legionella’ e por inspiração ou inalação”.
Sublinhou ainda que as autoridades de saúde estão a investigar e explicou que quando se suspeita que há uma fonte de emissão são feitas análises à água, onde vive esta bactéria.
Logo que as amostras são colhidas vão para laboratório e são tomadas medidas para encerrar ou a fonte de emissão ou se for caso disso fazer choques térmicos e choques químicos.
Contudo, apelou Graça Freitas, se as pessoas tiverem sintomas respiratórios devem consultar a linha saúde 24, o médico assistente ou ao hospital porque “não é de todo impossível ainda terem a doença”, uma vez que o período de incubação é de cerca de 14 dias e surto começou no dia 29.
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