“Estamos com fundadas expectativas e esperança que o nosso contributo mereça, por parte do Ministério da Saúde, uma abertura que não tínhamos sentido até agora. Foi um início positivo, vai ser um processo difícil e duro, mas o primeiro passo está dado”, referiu à Lusa o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM).
Jorge Roque da Cunha adiantou que ficou marcada uma nova reunião para dia 28 de novembro que servirá para negociar a proposta concreta que será apresentada pelo ministério sobre várias matérias, como a organização dos serviços e do trabalho médico e a revisão das grelhas salariais.
O dirigente sindical avançou ainda que, da reunião de ontem, saiu o “compromisso” de ficar concluído em 2023 o processo de revisão salarial dos médicos.
Da parte do SIM, há “total disponibilidade para que se chegue a bom porto e esperamos que o ambiente positivo em que a reunião decorreu seja concretizado, dada a circunstância de, neste momento, o Serviço Nacional de Saúde estar altamente carenciado”, salientou Roque da Cunha.
Adiantou também que o SIM avançou com uma proposta que prevê a “possibilidade de um médico, durante um período de três ou seis meses, ter todo o seu horário dedicado ao serviço de urgência”, uma solução transitória que poderia ser implementada nos períodos de inverno ou de férias.
Após a reunião conjunta de ontem, o presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) adiantou que as duas partes acordaram que “haveria uma tentativa de antecipar os prazos que estavam estabelecidos” inicialmente nas negociações.
“Há uma vontade mútua nesse sentido e o compromisso dessa vontade por parte do ministro foi importante, tal como a sua própria presença” na reunião, afirmou Noel Carrilho.
Depois de considerar a revisão da grelha remuneratória como “absolutamente essencial” no processo negocial, Noel Carrilho referiu que o Governo se comprometeu a levar propostas concretas à próxima reunião.
O encontro de ontem marcou formalmente o início das negociações, depois de em 27 de julho, ainda com a equipa da anterior ministra Saúde Marta Temido, Governo e sindicatos terem acordado incluir a grelha salarial dos médicos do Serviço Nacional de Saúde no protocolo negocial.
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