É a resposta do Sindicato Independente dos Médicos às declarações da Ministra da Saúde, Marta Temido, ontem no Parlamento. A titular da pasta disse que "não dormirá tranquila" enquanto não arrancarem as obras no Hospital de São João do Porto.
"Esperamos que esta incompetência revelada no dia após dia não a possa deixar dormir tranquila até estar resolvida. De qualquer modo o SIM, sensível às insónias dos titulares da pasta da Saúde, propõe-se desde já a entregar um generoso carregamento de valeriana na João Crisóstomo", avenida de Lisboa onde está a sede do Ministério da Saúde, no decurso da próxima reunião com os Sindicatos Médicos, responde o SIM.
"País virtual em que tudo está bem"
O SIM acusa ainda os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, unidade da responsabilidade de Henrique Martins, de viverem "num país virtual em que tudo está bem e para quem os repetidos problemas são, como dizia o seu antecessor na pasta da Saúde, meros casos pontuais".
"Os apagões, falhas, lapsos, as intermitências e indisponibilidades das várias aplicações, de manha, à tarde e à noite, com que os médicos de norte a sul se debatem diariamente, são minudências que não podem empalidecer o brilho e a aura que a SPMS e o seu responsável afincadamente cultivam", frisa o secretágio-geral do SIM, o médico Jorge Roque da Cunha.
No final do mês passado, a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) considerou "inadmissível" o atual estado da informatização no Serviço Nacional de Saúde.
Em comunicado, a SRCOM liderada pelo médico Carlos Cortes disse que o "péssimo funcionamento das várias aplicações informáticas disponibilizadas pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) está a prejudicar, há anos, o desenvolvimento do trabalho dos profissionais de saúde e a relação entre estes e os seus doentes". "A situação é de tal forma grave que está a prejudicar e ameaçar o funcionamento das consultas", acrescentou.
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