O presidente do Grupo Português de Ativistas sobre Tratamentos de VIH/Sida (GAT) alertou hoje que há doentes com VIH em tratamento na Madeira que tiveram de interromper a medicação devido a problemas de financiamento na região autónoma.
A denúncia de Luís Mendão foi feita hoje durante a apresentação do “Movimento é melhor saber”, uma plataforma que reúne várias organizações que intervêm no terreno na luta contra a sida e que têm como objetivo levar a que as pessoas façam o teste do VIH.
“Neste momento, todos os medicamentos ou a esmagadora maioria dos medicamentos de uso exclusivo hospitalar estão em risco de não haver para distribuição”, disse à agência Lusa Luís Mendão, considerando “uma situação dramática e inaceitável”, que se deve aos problemas de financiamento do sistema autónomo da Madeira.
Segundo o responsável, o problema arrasta-se há mais de seis meses: Há doentes que recebem um medicamento para o tratamento do VIH, quando geralmente tomam três medicamentos em conjunto.
Há casos em que as autoridades de saúde “dispensam alguns comprimidos para [os doentes] aguentarem uns dias, mas houve já doentes que interromperam a medicação e outros que receberam os critérios para começar o tratamento, mas não o iniciaram porque não há dinheiro disponível”, lamentou.
“Penso que a República tem de saber exatamente o que se passa e resolver o problema com grande urgência porque estamos a pôr em risco a vida e a qualidade de vida das pessoas mas também a saúde pública e os gastos futuros no sistema nacional de saúde pública”, frisou.
Luís Mendão disse não foi a indústria farmacêutica que interrompeu o tratamento, reiterando que “é um problema da distribuição local da Madeira, que tem de ser resolvido com urgência”.
Confrontado com esta situação, o diretor-geral de Saúde, Francisco George adiantou que “este caso não pode ser ignorado” e avançou que irá falar com as autoridades de saúde da Madeira para o esclarecer sobre o assunto.
15 de dezembro de 2011
@Lusa
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