Por dia, em média, a insatisfação com os prestadores de cuidados gerou 192 queixas, ou seja, 70.111 reclamações anuais, um valor que representa um crescimento face ao ano anterior, quando a ERS recebeu 59.224 reclamações, escreve o jornal Público. Por outro lado, o número de elogios sofreu um decréscimo.

As frases mais ridículas ouvidas pelos médicos
As frases mais ridículas ouvidas pelos médicos
Ver artigo

A informação consta do ~2Relatório de Atividades e Gestão 2017" da ERS, entregue este mês no Parlamento, que frisa que das mais de 32 mil reclamações registadas nos primeiros seis meses do ano passado, 70,5% eram dirigidas a prestadores públicos.

Os temas que originaram mais queixas são os mesmos do ano anterior, embora não pela mesma ordem: procedimentos administrativos (20,3%), tempos de espera (19,5%) e questões relacionadas com a focalização no utente (17,0%).

Menos de 1% das reclamações foram "objeto de encaminhamento externo (maioritariamente para a Ordem dos Médicos)", especifica ainda aquele relatório. No entanto, foram também as unidades públicas que no primeiro semestre de 2017 receberam mais elogios.

Ministro diz que problemas vão manter-se em 2019

15 coisas que nos tiram anos de vida
15 coisas que nos tiram anos de vida
Ver artigo

O ministro da Saúde afirmou numa entrevista esta semana que "os problemas no Serviço Nacional de Saúde não estarão resolvidos em 2019" e que "é preciso ter forças para continuar apesar da contestação".

Ao jornal Público e à rádio Renascença, Adalberto Campos Fernandes considerou serem necessárias duas legislaturas para recuperar do desinvestimento no setor. "Desde 2010 que não tínhamos tantos recursos financeiros" atribuídos à Saúde, sublinhou, "mas é verdade que o país precisa de muito mais".

Adalberto Campos Fernandes frisou que "não se reconstroem serviços públicos em dois anos. É necessário prosseguir este esforço numa legislatura seguinte". Na opinião do ministro, não é possível ter um bom SNS "sem ter um Estado forte e capaz de o sustentar". Os partidos, à esquerda e à direita, terão de perceber esta premissa para que não "iludam os portugueses", disse.

Questionado sobre a proposta do Bloco de Esquerda em acabar com as taxas moderadoras, o ministro afirmou que as mesmas "nunca foram um mecanismo de financiamento, mas de indução de uma procura mais inteligente ou adequada". "Podemos avançar, por exemplo, no sentido de abrandar ou reduzir mais as taxas nos cuidados de saúde primários, em detrimento dos cuidados hospitalares", retorquiu.