O país tem enfrentado uma vaga epidémica da variante delta, mais contagiosa, desde junho: nas últimas 24 horas, 857 pessoas morreram de covid-19, de acordo com o relatório diário do governo, um número superior ao de terça-feira, quando foram contabilizados 852 óbitos.

No total, 206.388 pessoas morreram devido ao vírus desde o início da pandemia, de acordo com uma definição restritiva de mortes dada pelas autoridades. A agência de estatísticas Rosstat, que tem uma definição mais ampla, estima o número de mortes em mais de 350.000 até ao final de julho de 2021.

De acordo com o relatório, a Rússia é o país com mais mortes na Europa.

“Estamos a ver uma tendência em alta das contaminações, os números estão a aumentar, estamos a constatar tristes recordes de mortalidade. Esta situação é um motivo sério de preocupação, mas também de mobilização”, afirmou aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

As autoridades, a fim de preservar uma economia frágil, recusam-se a adotar medidas sanitárias restritivas ou de confinamento.

O uso de máscaras, embora obrigatório, é muito aleatório em locais públicos e as instruções de distanciamento social raramente são respeitadas.

A vacinação, num cenário de desconfiança em relação às garantias das autoridades, tem sido lenta desde há vários meses, apesar da conceção de quatro vacinas nacionais.

De acordo com uma contagem feita pelo ‘website’ Gogov, apenas 28,8% da população russa está totalmente vacinada à data de hoje.

A Rússia tem sido duramente atingida pela variante delta da covid-19 desde junho e não tem sido capaz de travar a sua propagação.

O número de novos casos diários está situado em cerca de 20.000 durante quase duas semanas e hoje chegou às 22.430.

A situação é particularmente grave em Moscovo, a capital que registou hoje 3.004 novos casos e 65 mortes, tal como na segunda maior cidade do país, São Petersburgo, que contabilizou 1.933 infeções e 60 mortes.

A covid-19 provocou pelo menos 4.762.596 mortes em todo o mundo, entre 232,78 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.