“Evidentemente que, com um maior afluxo repentino e aumento da procura em alguns produtos, a logística tem de se adaptar a estas alterações para que a reposição se faça rapidamente de modo a satisfazer as necessidades dos consumidores”, refere a associação em comunicado.
Contudo, assegurou, “isso está a ser feito e dentro da normalidade”.
Segundo a APED, o aumento da procura que se tem registado nos últimos dias, após confirmação do surto de COVID-19 em Portugal, “é semelhante ao registado em situações anteriores e compreensível pelas medidas assumidas para controlo da situação e que implicam a permanência dos consumidores nas suas casas”.
Na passada terça-feira, a APED tinha já reportado à agência Lusa um “ligeiro aumento da procura de produtos” nos super e hipermercados, mas garantiu que estas unidades estavam a funcionar “com total normalidade”.
Na altura, a associação assegurou que, “caso se venha a justificar e tal como em outras ocasiões, os associados da APED estarão preparados para evitar perturbações no fornecimento de produtos e bens essenciais, nomeadamente por privilegiarem a produção nacional”, assegurando que o setor “reconhece a sua ampla responsabilidade junto do consumidor”.
“As empresas têm implementados procedimentos e planos de contingência robustos e eficientes, tendo sido reforçadas as medidas de higienização e a formação de equipas, para que a experiência em loja continue a decorrer em segurança e com normalidade”, sustentou.
Garantindo que “continuará a acompanhar e a monitorizar a situação, em contacto direto com as entidades competentes, nomeadamente a Direção Geral da Saúde, a APED apelava à manutenção da “tranquilidade e responsabilidade demonstradas pela população até agora”.
Na quarta-feira, fonte da Sonae MC confirmou à Lusa que o Continente ‘online’ tem vindo a registar um “crescimento das encomendas” após confirmação do surto de COVID-19 em Portugal, acrescentando que as equipas estão a ser mobilizadas para dar resposta à maior afluência.
“Após a confirmação dos primeiros casos de COVID-19 em Portugal, registámos um crescimento de encomendas no Continente ‘online’, sendo que temos estado a mobilizar as nossas equipas no sentido de dar a melhor resposta à maior afluência neste canal”, destacou a mesma fonte.
O novo coronavírus responsável pela COVID-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.600 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.
O número de infetados ultrapassou as 125 mil pessoas, com casos registados em cerca de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados.
A China registou nas últimas 24 horas 15 novos casos de infeção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), o número mais baixo desde que iniciou a contagem diária, em janeiro.
Até à meia-noite de quarta-feira (16:00 horas em Lisboa), o número de mortos na China continental, que exclui Macau e Hong Kong, subiu em 11, para 3.169. No total, o país soma 80.793 infetados.
Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto.
A Itália é o caso mais grave depois da China, com mais de 12.000 infetados e pelo menos 827 mortos, o que levou o Governo a decretar a quarentena em todo o país.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (19), ao passar de 59 para 78, dos quais 69 estão internados.
O Conselho Nacional de Saúde Pública recomendou na quarta-feira que só devem ser encerradas escolas públicas ou privadas por determinação das autoridades de saúde.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, considerou que esta recomendação “faz sentido” e que o encerramento de escolas será feito de forma casuística “analisando o risco, caso a caso, situação a situação”.
Várias universidades e outras escolas já decidiram suspender as atividades letivas.
As medidas já adotadas em Portugal para conter a pandemia incluem, entre outras, a suspensão das ligações aéreas com a Itália, a suspensão ou condicionamento de visitas a hospitais, lares e prisões, e a realização de jogos de futebol sem público.
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