Em declarações à Lusa, Paulo Águas sublinhou que a área da saúde é das que tem “maior expressão” na UAlg, pelo que “é importante que todos se sintam em pé de igualdade, sem que uns se sintam departamentos e outros unidades orgânicas”.
A proposta da reitoria para converter o Departamento de Ciências Biomédicas e Medicina em faculdade, autorizada pelo ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, na passada sexta-feira, fazia parte do programa de candidatura de Paulo Águas, nas eleições de 2017.
“Agora, todos passam a ser unidades orgânicas e isto vai dar, julgo eu, maior impulso a esta área na universidade do Algarve”, afirmou ainda o reitor da academia algarvia, observando que o processo “foi muito rápido”.
Pedro Castelo Branco, que assumiu o cargo de diretor do departamento a 1 de setembro, disse à Lusa que a mudança mais “substancial” acaba por ser “a autonomia que uma faculdade tem, quando comparada com um departamento”, o que lhe permite ser “mais autónoma, quer na gestão, quer na tomada de decisões”.
O Departamento de Ciências Biomédicas e Medicina foi criado há cerca de dez anos, quando foi aprovado o Mestrado Integrado em Medicina (MIM), pelo então ministro Mariano Gago, funcionando na dependência da reitoria.
Segundo Paulo Águas, além do mestrado integrado, o departamento oferecia também um curso já existente na UAlg, a licenciatura em Ciências Biomédicas, e, nesta década, ganhou “maturidade, aumentou o número de alunos e o número de cursos”.
Por isso, considerou-se que “a continuação do desenvolvimento do departamento devia passar pela sua transformação em unidade orgânica”, o que fará com que o diretor passe a ser eleito pelos corpos da própria faculdade, enquanto a direção do departamento era nomeada pelo reitor, destacou.
Isabel Palmeirim, antecessora de Pedro Castelo Branco na direção do departamento , afirmou que a alteração para faculdade “é o reconhecimento de um projeto-piloto” que se tem “desenvolvido com muito sucesso”, mas de “forma departamental” e “sem autonomia administrativa”.
A mesma fonte disse que, em dez anos, o departamento “cresceu” e “passou a ter seis ofertas formativas - uma licenciatura em Ciências Biomédicas, um Mestrado Integrado em Medicina, dois mestrados, um em Oncobiologia e outro em Ciências Biomédicas, e dois programas doutorais, um em Ciências Biomédicas e outro em Medicina Regenerativa” –, e ainda espera aprovação de um novo “programa doutoral em Investigação Clínica”.
Isabel Palmeirim reconheceu à Lusa que “há outras ofertas formativas” que a UAlg gostaria de abrir, sem precisar quais, e considerou que “a passagem a faculdade dá outro peso para conseguir” esse objetivo.
“Diria que, no fundo, passarmos a faculdade é um bocadinho como o nascimento de um bebé. Até agora temos estado na barriga, a crescer, e agora nascemos. A partir daqui, continuaremos a crescer, mas já nascemos - já somos faculdade - e acabamos por ser um ente próprio, com todas as possibilidades que isso nos permite”, concluiu.
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