De acordo com estudos científicos nacionais e internacionais, estima-se que, em Portugal, 45 por cento da população escolar manifeste dificuldades de aprendizagem e que, destes, 75 por cento apresentem um quadro de dislexia. No próximo dia 20 de outubro, durante todo o dia, técnicos especializados da Clipêutica - Centro de Terapias de Desenvolvimento, vão realizar rastreios de dislexia de crianças, adolescentes e jovens em idade escolar.
Sob o lema “Traga o seu filho! Venha saber se é falta de estudo ou dislexia”, o projeto pretende encetar várias ações de rastreio entre 2012 e 2013 e, de acordo com a responsável, Maria Amélia Dias Martins, vai "dar resposta social às crescentes preocupações dos pais em relação ao insucesso escolar dos filhos". Na primeira ação de rastreio, realizada em julho, os resultados revelaram que 80 por cento das crianças rastreadas apresentavam dificuldades escolares visíveis.
Os rastreios são efetuados por um técnico especializado em desenvolvimento infanto-juvenil e envolve um teste de rastreio de leitura aplicado à criança ou jovem e um questionário aos pais. O rastreio tem um custo simbólico de três euros que reverte na totalidade a favor da associação ACREDITAR. A inscrição deve ser feita através dos números 229020987/937452857 ou do email geral@clipeutica.pt.
Maria Amélia Dias Martins, especialista em insucesso escolar e responsável por este projeto de rastreio, explica que "mais de três quartos das crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem sofrem de dislexia". O problema de um diagnóstico de dislexia tardio é causar, para além do insucesso escolar, "problemas emocionais graves ligados ao insucesso, que comprometem o futuro de cada uma das crianças e jovens afetados”, acrescenta Maria Amélia Dias Martins.
Para a especialista, o rastreio da dislexia é fundamental "para acalmar a relação pais/filhos, especialmente nos momentos de transição do ano letivo e permite perceber se o problema é mesmo a falta de estudo, ou se estão perante um caso de dislexia. Através deste rastreio, os pais são aconselhados quanto às medidas mais adequadas para responder às dificuldades encontradas". Maria Amélia Dias Martins acrescenta, ainda, que “um diagnóstico precoce e uma intervenção adequada pode fazer a diferença entre o sucesso escolar e os maus resultados na escola”, até porque “ter dislexia não é sinónimo de insucesso escolar”.
A segunda ação de rastreio à dislexia vai ser realizada nas instalações da Clipêutica - Centro de Terapias de Desenvolvimento - na Rua do Relógio no Porto - , dia 20 de outubro, sábado, das 09h30 às 20h00.
17 de outubro de 2012
@SAPO
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