Numa intervenção em plenário no segundo dia de debate da proposta de Orçamento do Estado para 2021 na generalidade, na Assembleia da República, Marta Temido defendeu que no atual contexto de pandemia de covid-19 "o Serviço Nacional de Saúde (SNS) demonstrou resiliência e continuará a fazê-lo com novas respostas".
"Que os portugueses não se enganem. Num tempo em que todos os dias o SNS é duramente posto à prova ao enfrentar uma pandemia sem precedentes nos últimos cem anos, os que escolhem votar contra este Orçamento fazem-no por uma de duas razões: ou porque há muito preferiram procurar outro modelo de sistema de saúde, ou porque decidiram desistir de melhorar os serviços públicos de saúde", afirmou.
Marta Temido acrescentou: "Definitivamente, nenhuma destas é a nossa escolha, porque nenhuma delas serve o interesse do país e dos portugueses. Não desistimos de melhorar o SNS no futuro, como o fizemos no passado. Não foi para desistir daquilo em que acreditamos que tantos de nós fizemos o difícil caminho da nova Lei de Bases da Saúde".
PSD, BE, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal anunciaram que irão votar contra a proposta do de Governo de Orçamento do Estado para 2021, hoje, na generalidade, que tem aprovação assegurada com os votos a favor do PS e as abstenções de PCP, PAN, PEV e das deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.
De acordo com a ministra da Saúde, "em 2021 a dotação orçamental do SNS será reforçada em 1210 milhões de euros face ao Orçamento inicial do ano anterior, o que significa 805 milhões de euros a mais face ao Orçamento Suplementar".
No final do seu discurso, Marta Temido referiu-se aos partidos à esquerda do PS com quem o PS aprovou sucessivos orçamentos do Estado e a nova Lei de Bases da Saúde, declarando: "Muitas das escolhas que este Orçamento reflete resultam de um caminho percorrido com aqueles com quem sempre pudemos contar para defender o SNS. Nas escolhas que cá não estão, separam-nos o tempo, e não o modo, face a um momento em que a prioridade é ultrapassar a pandemia".
"Temos pela frente os dias mais exigentes das nossas vidas. Este é o momento de estarmos juntos, pelos doentes covid e pelos doentes não covid, pelos profissionais de saúde, pela confiança na ciência, pela luta contra o medo e a intolerância. É isso que se espera de nós, é isso que o SNS espera de nós", considerou.
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