Das mais de 84 mil reclamações na saúde registadas no ano passado pelo regulador, 67% respeitam a unidades públicas e são as instituições com internamento as que recebem mais queixas.
O relatório da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) sobre as reclamações no setor em 2018, hoje divulgado, aponta globalmente para mais de 84 mil queixas recebidas relativas a unidades de saúde públicas, privadas ou sociais, um aumento de 20% face a 2017, dados que já tinham sido apresentados em maio pela presidente do regulador no parlamento.
O documento hoje divulgado detalha as informações sobre as reclamações, mostrando que 67% das queixas respeita ao setor público, 23% ao privado, 8,9% nas unidades em regime de parceria público-privada e 1,2% no social.
No total, as quatro unidades geridas em regime de parceria público-privada tiveram cerca de sete mil reclamações, enquanto as cerca de 30 entidades do setor social registaram menos de 700 queixas.
Contudo, as PPP também surgem acima do setor social quanto aos elogios deixados pelos utentes, com 1.760 elogios.
O relatório do regulador mostra que mais de 75% de todos os processos de reclamações em 2018 respeitam a estabelecimentos detidos por 30 entidades.
As administrações regionais de saúde de Lisboa e Vale do Tejo e do Norte lideram o número de processos, seguidas do Centro Hospitalar Lisboa Norte e do Centro Hospitalar do Algarve.
Nas 30 entidades que juntam o grosso dos processos de reclamação surgem as quatro unidades geridas em PPP, seis hospitais privados e as restantes são entidades públicas.
Por outro lado, quatro em cada cinco hospitais, dos 122 avaliados pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), conseguiram a classificação de Excelência Clínica, cumprindo todos os critérios para a prestação de cuidados de saúde de qualidade.
Os tempos de espera no local de atendimento representaram um quarto das queixas dos utentes no setor na saúde no ano passado, sendo o tema mais mencionado nas reclamações.
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