“Queremos sempre o melhor para a população do Alto Minho e vamos continuar a reivindicar junto das entidades e do Estado para que o distrito não fique esquecido nesta matéria. Sabemos o peso que a saúde tem para quem vive no Alto Minho e para quem escolhe este território para viver. Quem cá está tem de saber que tem hospitais e centros de saúde capazes de dar respostas às necessidades das pessoas”, defendeu o presidente da distrital do PSD, Olegário Gonçalves, citado numa nota hoje enviada à agência Lusa.

No documento, o PSD adiantou que “no distrito de Viana do Castelo há apenas um médico dermatologista para todos os utentes” da região.

“Dermatologia é uma das áreas que não tem especialistas suficientes para dar resposta às necessidades da população, o que obriga muitas vezes a que os utentes tenham de recorrer ao privado, ou então esperar meses e anos para conseguirem uma consulta”, destacou o partido, salientando ainda “falta de profissionais nas áreas de cardiologia, radiologia, hematologia e reabilitação”.

A “falta de médicos” foi um dos temas que a distrital do PSD, liderada por Olegário Gonçalves, reeleito no sábado, em lista única, com 86% dos votos, debateu numa reunião na segunda-feira com o Conselho sub-regional de Viana do Castelo da Ordem dos Médicos.

Outra conclusão do encontro, pedido pela distrital do PSD, refere que, “embora atualmente haja apenas uma pequena percentagem de pessoas sem médico de família no distrito de Viana do Castelo, 2023 será o ano de maior volume de reformas”.

“Isso deixa preocupados os elementos do PSD, que temem que essa situação possa ainda agravar a falta de médicos em especialidades e condicionar o acesso a médico de família”, sustenta a estrutura partidária.

Quanto ao hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo, “a urgência é o serviço que levanta maiores preocupações”.

“Ano após ano, o espaço continua a degradar-se e, sem obras à vista, faltam condições para que os profissionais de saúde possam exercer o seu trabalho e para que os utentes tenham o atendimento desejável”, alerta o PSD.

O PSD considera “fundamental que a ULSAM consiga responder às necessidades da população”, e aponta o financiamento daquela unidade como “uma das maiores preocupações”.

“O distrito de Viana do Castelo é ainda aquele que menos verba recebe por cada utente. São 668 euros por habitante e este é o menor [valor] de todo o país, com o valor seguinte atribuído a ser superior a 700 euros. Valores que influenciam até as condições físicas dos serviços no distrito”, destaca a nota.

“Consideramos que tem de haver uma discriminação positiva para com este território. Só assim poderemos continuar a atrair pessoas para viverem cá, para regressarem dos países para os quais emigraram para se sentirem seguras, sabendo que têm os serviços de saúde necessários. Não podemos aceitar que as nossas condições se deteriorem”, reclama o PSD.

Para o presidente da distrital social-democrata, “o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem as suas dificuldades, algumas muito sérias, mas pode-se fazer mais nesta matéria e o distrito precisa que o Governo lhe preste mais atenção”.

No encontro com o presidente do Conselho sub-regional de Viana do Castelo da Ordem dos Médicos, Nelson Rodrigues, participaram também a deputada da Assembleia da República Emília Cerqueira, o recém-eleito vice-presidente da distrital do PSD, Paulo Órfão, e ainda o enfermeiro membro da Ordem dos Enfermeiros José Domingos Coelho.

A ULSAM gere os hospitais de Santa Luzia, em Viana do Castelo, e o hospital Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima. Integra ainda 12 centros de saúde, uma unidade de saúde pública e duas de convalescença, e serve uma população residente de 231.488 habitantes nos 10 concelhos do distrito e algumas populações vizinhas do distrito de Braga.