Os deputados social-democratas eleitos pelo distrito de Vila Real, Luís Leite Ramos, Pedro Pimentel e Teresa Tender, reuniram hoje com o conselho de administração do CHTMAD para fazerem um “ponto de situação dos problemas e dificuldades” desta unidade de saúde que agrega os hospitais de Vila Real, Chaves, Régua e Lamego.
“O hospital precisa muito rapidamente de 55 novos médicos, os contratos que têm sido lançados continuam desertos e as dificuldades de contratar médicos mantêm-se”, afirmou Luís Leite Ramos após o encontro.
O parlamentar destacou a falta de recursos humanos em especialidades com anestesiologia, urologia, medicina interna ou ortopedia.
Defendeu ainda a necessidade de se reavaliar se “há uma má distribuição de médicos” mas disse que também é importante “encontrar uma outra política de incentivos”.
Perante esta dificuldade em atrair médicos ao interior, o deputado desafiou as “outras forças partidárias e os agentes políticos do concelho e da região” para uma união em defesa do Sistema Nacional de Saúde e do CHTMAD.
“É muito importante termos em Vila Real mais unidades de saúde privadas, mas eu acho que temos que, em primeiro lugar, defender o nosso centro hospitalar e a qualidade dos serviços colocados à disposição das populações na região”, frisou.
Recentemente o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, anunciou que a cidade vai contar com duas novas unidades de saúde privadas.
Luís Leite Ramos sublinhou ainda a necessidade de reforçar o centro oncológico do CHTMAD com mais um acelerador linear e referiu que, em 2016, não se vai manter o reforço de verbas para o centro hospitalar o que, na sua opinião, vai “criar dificuldades adicionais”.
Há, segundo o parlamentar, um défice de “12 milhões de euros” entre a proposta do conselho de administração e o valor que o Governo vai atribuir.
O deputado destacou a realização de obras de cerca de um milhão de euros no hospital de Chaves, já previstas na anterior legislatura, e relativamente ao hospital da Régua, fechado após a deteção de ‘legionella’ na rede de água, referiu que foi informado da intenção de se proceder a uma intervenção no edifício.
No entanto, Luís Leite Ramos disse que “continua a achar que valeria a pena equacionar um acordo com a Santa Casa da Misericórdia da Régua”, o que esteve em cima da mesa no anterior Governo PSD/CDS.
Neste dia dedicado ao distrito trasmontano, os deputados do PSD aproveitaram ainda para alertar para o risco do colégio privado de Poiares, no concelho de Peso da Régua, fechar no próximo ano letivo se for concretizada a intenção do Governo de “obrigar a que os alunos, que tenham nos seus concelhos de origem disponibilidade nas escolas públicas, não se possam matricular nas instituições privadas”.
Para Luís Leite Ramos, a aplicação do despacho do ministério da Educação “de forma cega” é “uma imprudência” que vai colocar em risco “uma escola de referência da região” que acolhe atualmente muitos alunos dos concelhos limítrofes da Régua.
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