“Sugeri à direção [da Comunidade Islâmica de Lisboa] para que nós tomássemos uma medida – que não houvesse a oração de sexta-feira na Mesquita Central de Lisboa”, referiu à agência Lusa o sheik Munir.
O Salatul Jumuah da próxima sexta-feira, às 14:00, foi cancelado para garantir a segurança da comunidade muçulmana, encerrando a mesquita até às 17:00.
Para David Munir, a comunidade está preocupada com os desenvolvimentos relativos ao surto de Covid-19 e tem evitado aglomerados de pessoas.
“Todos nós estamos preocupados. Temos de fazer o máximo para nos precaver, prevenir e evitar situações de nos agruparmos em número exagerado ou um número que a Direção-Geral da Saúde nos recomenda não ultrapassar”, observou.
A a Comunidade Islâmica de Lisboa não suspendeu as outras orações, pedindo apenas às pessoas que saiam “o mais cedo possível” depois de orarem.
“[Queremos] evitar que as pessoas não estejam presentes na mesquita para além da oração. Diariamente temos cinco orações. Nas outras orações vêm 10 a 15 pessoas”, explicou o sheik Munir, acrescentando que o espaço não será fechado na totalidade.
A Mesquita Central de Lisboa será aberta cerca de 15 minutos antes de cada oração.
Apesar de haver relatos de várias mesquitas a fechar na Europa, segundo o imã, essa opção ainda não foi discutida pela comunidade, mas a oração de 20 de março poderá estar em causa, se a situação se mantiver.
“Eu preocupei-me mais com esta sexta-feira. Se tudo continuar na mesma e se os aconselhamentos forem os mesmos, também é possível mantermos na próxima sexta-feira a mesma prática: não fazer a oração”, ressalvou.
A pandemia de COVID-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.500 mortos em todo o mundo.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a doença COVID-19 como pandemia, uma decisão que justificou com os "níveis alarmantes de propagação e de inação".
A pandemia de COVID-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.500 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ultrapassou as 124 mil pessoas, com casos registados em 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados.
A Itália é o caso mais grave depois da China, com mais de 12.000 infetados e pelo menos 827 mortos, o que levou o Governo a decretar a quarentena em todo o país.
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