18 de fevereiro de 2013 - 16h05 
O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Tondela Viseu, Ermida Rebelo, alertou hoje que a existência de mais cortes no contrato-programa de 2013 poderá levar “ao encerramento, ainda que parcial, de alguma atividade assistencial”.
O centro hospitalar teve, de 2010 para 2012, cortes de cerca de 12,8 milhões de euros (mais de oito milhões em 2012 face a 2011).
Ao intervir na cerimónia do Dia de S. Teotónio, padroeiro do centro hospitalar, Ermida Rebelo sublinhou os bons resultados que têm sido alcançados quer em termos de desempenho assistencial, quer económica e financeiramente, apesar destes cortes.
“O Centro Hospitalar Tondela Viseu, no quer concerne aos dados económico-financeiros, apresentará, previsivelmente, um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) positivo superior a um milhão de euros”, afirmou.
Segundo Ermida Rebelo, dentro da sua tipologia, o centro hospitalar “é aquele que apresenta o menor custo por doente tratado”, não se encontrando “gorduras”.
“Quando o desempenho de 2012 deveria ser premiado e incentivado, face aos constrangimentos ainda existentes, designadamente na recuperação das listas de espera cirúrgicas, lamento ter de transmitir que cortes adicionais no contrato-programa de 2013 são suscetíveis do encerramento, ainda que parcial, de alguma atividade assistencial”, disse, dirigindo-se aos profissionais presentes.
No final da cerimónia, em declarações aos jornalistas, Ermida Rebelo considerou que “há limites para tudo e, provavelmente, se os cortes continuarem para 2013”, será “muito difícil” combater alguns constrangimentos sentidos, como a necessidade de reduzir as listas de espera cirúrgica.
Na sua opinião, a conjugação de esforços da administração com os profissionais, “de compreender que é preciso desenvolver e dar resposta aos anseios dos utentes, pode ficar comprometida por falta de suporte financeiro”.
No que respeita aos serviços que poderão ser afetados, Ermida Rebelo disse que é uma questão “que tem de ser estudada”, sempre numa lógica de “gestão partilhada com os profissionais”.
“Se nós, em 2012, conseguimos equilibrar e provavelmente teremos resultados sem défice, agora as situações são um bocadinho diferentes, até por força do Orçamento do Estado, em que há mais um vencimento a reportar aos funcionários. Portanto, temos que equacionar com os serviços aquilo que temos prioridade em fazer e aquilo que não temos”, referiu.
Durante a cerimónia, o presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, foi distinguido com a medalha de ouro do hospital de S. Teotónio.
Fernando Ruas lembrou a “discussão e muita luta” que foram precisas para construir o novo hospital de Viseu e fez votos para que este não perca qualidade.
“Associo-me ao presidente do conselho de administração, exigindo para aqui as condições que o hospital merece”, frisou.
Lusa