O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, recomenda não usar preservativos porque "não dão prazer" e sugere, por sua vez, tomar a pílula como método de contraceção.
O chefe de Estado filipino, conhecido pela sua atuação e declarações controversas, fez estas declarações durante um discurso dirigido a um grupo de trabalhadores durante a semana passada.
Para ilustrar a sua explicação à audiência composta principalmente por mulheres, Duterte colocou um rebuçado na boca ainda envolto no plástico. "Tente comê-lo sem o desenrolar, é assim que é usar um preservativo", comentou o líder filipino, que provocou o riso generalizado entre os participantes.
Para Human Rights Watch, "é irresponsável que o Presidente minimize a importância dos preservativos quando as Filipinas vivem o maior crescimento de infeções por VIH/Sida na região da Ásia-Pacífico".
A organização também exorta Duterte a "tomar medidas significativas para proteger a saúde dos filipinos, apoiando as políticas urgentemente necessárias para expandir o acesso e uso de preservativos nas Filipinas".
Taxa de VIH/Sida multiplicada por 37 vezes
Embora na maioria dos países em todo o mundo o número de novos contágios por VIH/Sida esteja a diminuir, o mesmo não sucede nas Filipinas. Só nos primeiros dez meses de 2017, houve registo de 9.217 novos casos, num país onde o próprio acesso ao rastreio é difícil e reduzido.
Segundo o jornal espanhol El País, a taxa de VIH/Sida nas Filipinas é agora 37 vezes maior face a dados do século passado, país onde se estima que haja 50 mil infetados.
O VIH/Sida poder ser transmitido de um indivíduo para o outro através de relações sexuais não protegidas, troca de seringas e agulhas e de mãe para filho durante a gravidez, no momento do nascimento e durante o aleitamento.
A pílula não protege contra a transmissão da doença por via sexual. Apenas o preservativo é eficaz.
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