“Chamo a atenção para o passo que se quer dar, agora prometido (...) para o início do próximo ano na gestão do Serviço Nacional de Saúde, uma peça determinante no sistema nacional de saúde, separando a definição política da gestão independente, isenta e não politizada, a não ser no sentido que política é tudo aquilo que respeita à vida humana, certamente não partidarizada”, afirmou o chefe de Estado numa intervenção por vídeo no Global Health Forum, que decorre hoje e sábado no Centro de Congressos do Estoril
Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que as ideias são em muitos casos relevantes e aparentemente positivas, mas a concretização tem limites temporais: “Não se espera indefinidamente por essa concretização e, por outro lado, há exigências qualitativas crescentes”.
“Tudo isto significa o haver um patamar de expectativas muitíssimo elevado. Cada vez mais elevado e também a necessidade de traduzir essas expectativas em dados de facto em termos de recursos de toda ordem, a começar nos humanos, em termos de resultados visíveis", adiantou.
Dirigindo-se aos participantes no congresso, o chefe de Estado disse estar-se “num momento de mudança, de redefinição, sob circunstâncias e condições que dificilmente se repetirão nos anos vindouros”.
“Podemos olhar para algumas dessas circunstâncias como dificuldades. Na saúde refiro-me em concreto a aspetos relacionados com as carências e o estatuto dos recursos humanos, mas outras há que representam condições irrepetíveis para se concretizarem as mudanças necessárias, porque são de natureza organizativa, estrutural, funcional e até contextual e é no diálogo e na reflexão necessárias que fóruns como este são absolutamente cruciais ao reunirem num espaço e num tempo determinado, concentrado e útil, os intervenientes mais diversos que podem trazer e devem trazer contributos para as mudanças que é necessário fazer”, defendeu.
Para o Presidente da República, "é tempo de inspiração, de planear e de melhor gerir. É tempo de rasgos no planeamento do futuro. Não basta sonhá-lo é preciso realizá-lo”.
Falando no contexto global, defendeu a necessidade da reforma das organizações globais de saúde, “uma ou outra, para não dizer várias, em situação crítica como se viu no arranque e no acompanhamento em vários momentos da pandemia”.
No congresso, estiveram presentes hoje de manhã o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, e o diretor executivo do SNS, Fernando Araújo.
Políticas de Saúde, Saúde Digital, Inteligência Artificial, Urbanismo, Alterações Climáticas, Desenvolvimento & Sustentabilidade são as temáticas que vão ser abordadas por mais de duas centenas de oradores, de 14 países, no Global Health Fórum, organizado pelo Fórum Saúde XXI e pela CIMGLOBAL.
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