"Sabemos que a obesidade aumenta o risco de doenças graves e de morte por coronavírus, por isso é fundamental que tomemos medidas para melhorar a saúde da nossa nação e proteger o NHS [o sistema nacional de saúde britânico]", declarou o ministro da Saúde, Matt Hancock, em comunicado.

A campanha "Com melhor saúde", lançada pelas autoridades de saúde britânicas, "incentivará as pessoas a adotarem um estilo de vida mais saudável e a perder peso quando necessário", afirmou a instituição num comunicado, acrescentando que deseja combater "a bomba-relógio que é a obesidade".

As medidas anunciadas esta segunda incluem a proibição da televisão e publicidade online de comida não saudável antes das 21h00, "quando é mais provável que as crianças estejam expostas a ela", assim como a obrigação de restaurantes e redes de entrega com mais de 250 funcionários a informarem o número de calorias nos seus menus.

Os supermercados também terão que acabar com os descontos em comidas não saudáveis e não poderão colocar estes produtos "em locais importantes dos seus estabelecimentos, como na frente das caixas registadoras ou na entrada".

"Quando fazemos uma compra, é justo que tenhamos acesso às informações adequadas sobre a comida que comemos, para ajudar as pessoas a tomarem as decisões corretas", estimou Hancock.

Prescrever andar de bicicleta

Também serão ampliados os serviços do NHS dedicados à perda de peso e os clínicos gerais poderão "prescrever exercícios físicos" aos pacientes, como andar de bicicleta.

O plano foi divulgado depois que um estudo da PHE revelou, no sábado, que pessoas obesas têm um risco adicional de 40% de morrer com o coronavírus.

Representa uma volta de 180 graus para o primeiro-ministro Boris Johnson, que já havia declarado ser contra "impostos sobre os nossos pecados" e uma abordagem "materna" do Estado.

Johson foi internado em abril na UCI depois de contrair COVID-19, e em várias ocasiões atribuiu a gravidade dOS seus sintomas ao seu peso, entre outras coisas.

O governo não deu detalhes sobre como financiará o plano. O jornal britânico The Guardian calcula o custo das medidas em 10 milhões de libras (11 milhões de euros).

No Reino Unido, quase dois terços (63%) dos adultos estão acima de um peso considerado saudável, com 36% com excesso de peso e 28% obesos, segundo dados do governo. Uma em cada três crianças entre 10 e 11 anos também tem excesso de peso ou obesidade.