16 de janeiro de 2013 - 08h00
Como travar as mutações que estão a tornar algumas estirpes do HIV resistentes aos medicamentos antirretrovirais? Será possível modular as células estaminais da medula para conseguir uma recuperação funcional após uma lesão? Será que a bactéria Geobacter poderá gerar energia limpa e simultaneamente remover compostos tóxicos do ambiente? 
Estas são algumas das questões que servem de partida às investigações de Ana Abecasis, Ana Ribeiro e Leonor Morgado, respetivamente, as três jovens cientistas distinguidas esta quarta-feira, em Lisboa, com as Medalhas de Honra da L’Oréal Portugal para as “Mulheres na Ciência”.
Ana Abecasis, investigadora no Instituto de Higiene e Medicina Tropical, pretende compreender como se desenvolvem e transmitem as mutações que estão a tornar algumas estirpes do HIV resistentes aos medicamentos antirretrovirais, obrigando por vezes a terapias mais tóxicas, dispendiosas e menos eficazes. 
O objetivo da investigadora, de 33 anos, é definir regimes terapêuticos de primeira linha para doentes infectados por estas estirpes e estabelecer linhas de prevenção para a transmissão de resistências aos anti-retrovirais, melhorando a qualidade e esperança de vida do doente.
Ana Ribeiro, de 32 anos, foi distinguida pelo projeto que abre novas pistas sobre a regeneração celular indispensável à recuperação depois de uma lesão na espinal medula. A investigadora do Instituto de Medicina Molecular, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa usa como modelo de estudo os peixes-zebra que, ao contrário dos mamíferos, são capazes de formar as novas células que restabelecem a estrutura da medula espinal e possuem a capacidade de recuperar a função motora mesmo depois de lesionarem a medula.
O projeto de Leonor Morgado, de 29 anos, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa visa compreender e otimizar a transferência extracelular de eletrões na bactéria Geobacter sulfurreducens e contribuir para uma implementação mais eficiente de tecnologias que permitam gerar energia limpa e ao mesmo tempo remover compostos tóxicos do ambiente. 
SAPO Saúde