"Os resultados preliminares sugerem não existir uma relação causal entre a administração desta vacina e estes eventos", escreve o Infarmed em comunicado, referindo-se ao surgimento de coágulos sanguíneos que desencadearam mais de duas dezenas de casos de trombose na Europa.
"Neste sentido, os benefícios da utilização da vacina contra a COVID-19 da AstraZeneca mantêm-se superiores ao risco, não havendo qualquer alteração às recomendações sobre a sua utilização", refere a nota.
"Após a suspensão em vários países, de um lote específico da vacina da AstraZeneca, e da suspensão desta vacina na Dinamarca, como medida de precaução enquanto decorre uma investigação completa sobre a notificação de reações adversas relacionadas com a formação de coágulos sanguíneos em pessoas que receberam a vacina, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA na sigla em inglês) divulgou uma informação sobre o tema", acrescenta o Infarmed.
"A EMA e o Infarmed continuarão a acompanhar a situação e atualizarão a informação quando necessário", conclui a nota.
EMA recomenda manutenção do uso da vacina da AstraZeneca
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) afirmou, também esta quinta-feira, que a vacina contra o coronavírus SARS-CoV-2 da AstraZeneca poderia continuar a ser usada, enquanto se investigavam os casos de coágulos sanguíneos associados a tromboses em alguns países europeus.
"A posição do comité de segurança da EMA (...) é que os benefícios continuam, superando os riscos e a vacina pode continuar a ser administrada, enquanto a investigação aos casos de eventos tromboembólicos está em curso", disse a EMA, horas depois de Noruega, Itália, Dinamarca e Islândia anunciarem a suspensão preventiva daquele imunizante.
Esta manhã, a EMA já tinha afirmado que não existem provas, até ao momento, de um aumento de risco de coagulação sanguínea em pessoas vacinadas contra a COVID-19. "As informações disponíveis até ao momento indicam que o número de tromboembolias em pessoas vacinadas não é superior ao observado em toda a população", referiu a EMA numa nota enviada à agência noticiosa France-Presse.
Por outro lado, o Governo britânico garantiu hoje que a vacina desenvolvida pela AstraZeneca é “segura e eficaz”. O Reino Unido vai continuar a aplicar o seu programa nacional de vacinação, que inclui a vacina criada pela farmacêutica AstraZeneca em conjunto com a Universidade de Oxford, e a desenvolvida pela Pfizer/BioNTech, afirmou um porta-voz oficial do primeiro-ministro Boris Johnson.
"Temos sido claros quando dizemos que (o medicamento da AstraZeneca) é seguro e eficaz e, quando pedimos aos cidadãos que a tomem, devem fazê-lo com confiança", acrescentou. O porta-voz adiantou que “os resultados deste programa de vacinação começam a ser vistos na diminuição do número de casos registados em todo o país, do número de óbitos e do número de hospitalizações”.
Nove países europeus suspenderam vacinação com AstraZeneca
A Áustria anunciou no domingo ter interrompido a administração de um lote de vacinas produzidas pelo laboratório anglo-sueco após a morte de uma enfermeira de 49 anos que sucumbiu a "sérios problemas de coagulação" poucos dias depois de ter recebido a vacina.
Quatro outros países europeus, Estónia, Lituânia, Letónia e Luxemburgo, suspenderam depois a vacinação com doses provenientes do mesmo lote, entregue em 17 países e que incluía um milhão de vacinas.
A Agência de Medicamentos Italiana (AIFA) anunciou hoje que também suspendeu temporariamente a vacinação de um lote da farmacêutica AstraZeneca por precaução, após relatos de problemas de coagulação diagnosticados em vários países europeus.
Dinamarca, Islândia e Noruega também informaram hoje a suspensão do uso da vacina AstraZeneca, apesar de, na quarta-feira, um inquérito preliminar da EMA sublinhar que não existia qualquer relação entre a vacina da AstraZeneca e a morte ocorrida na Áustria.
Em Portugal, morreram 16.635 pessoas dos 812.575 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A pandemia de COVID-19 provocou, pelo menos, 2,6 milhões mortos no mundo, resultantes de mais de 117,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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