Na sequência da informação da Comissão Europeia, que decidiu levar Portugal a tribunal por falta de medidas para combater espécies invasoras, a Lusa questionou o Governo sobre a matéria, que respondeu que a proposta do plano de ação está pronta.

“A proposta de Plano de Ação para as Vias Prioritárias de introdução não intencional de Espécies Exóticas Invasoras”, elaborada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), “encontra-se finalizada”, disse a fonte.

E acrescentou: “Será submetida, em breve, a aprovação pelo Conselho de Ministros, sob a forma de Resolução do Conselho de Ministros, seguindo-se a sua aprovação e publicação”.

A Comissão Europeia decidiu hoje avançar com uma ação contra Portugal junto do Tribunal de Justiça da UE devido à deficiente aplicação de medidas de prevenção e gestão da introdução e propagação de espécies exóticas invasoras.

Em causa está o incumprimento das medidas de defesa da biodiversidade face às espécies invasoras (Regulamento Espécies Exóticas Invasoras ou Regulamento EEI) incluídas numa lista da União Europeia (UE).

Portugal e cinco outros Estados-membros “não estabeleceram, não aplicaram nem comunicaram à Comissão um plano de ação (ou um conjunto de planos de ação) para abordar as vias mais importantes de introdução e propagação de espécies exóticas invasoras que suscitam preocupação na UE”, segundo um comunicado.

O que são espécies exóticas invasoras?

As espécies exóticas invasoras são plantas e animais que são introduzidos acidentalmente ou deliberadamente numa zona onde não são normalmente encontrados.

Por vezes estas espécies podem contaminar os locais onde se instalam ou serem vetor de zoonoses - doenças e infeções transmitidas ao homem através dos animais.

Já em 2023 foram encontrados em Mértola, Beja, ovos do mosquito-tigre-asiático (Aedes albopictus), uma espécie que representa uma ameaça potencial na transmissão de várias doenças, como febre-amarela, dengue, Zika e chikungunya, algumas deles potencialmente mortais.