“Há espaço numa sociedade democrática salutar para as divergências de linhas de orientação. Isso faz parte da democracia. Seria muito positivo que houvesse, pelo menos, coerência na revisão das profissões. O maior partido da oposição, o PSD, andou meses ou anos a reclamar que fossem generalizadas e agilizadas as unidades locais de saúde [ULS], agora que, a partir de janeiro o país todo vai ser organizado em unidades locais de saúde reclama que essa medida seja adiada”, salientou.
Na semana passada, o PSD exigiu ao Governo que suspenda a entrada em vigor das novas ULS, pedindo ao executivo que se focasse nos problemas das urgências e não em “nomear ‘boys'” para estas estruturas.
Os sociais-democratas intimaram o Governo demissionário a suspender “de imediato a entrada em vigor do Decreto-Lei que estabelece a criação das ULS”, prevista para 01 de janeiro, evitando “o adensar de problemas a uma situação já por si muito delicada”.
“É muito difícil, porque se exige com claridade que cada partido defina com clareza ao que vem. O PS é o fundador do Serviço Nacional de Saúde [SNS] e, do meu ponto de vista bem, nunca mudou de opinião da importância deste serviço público”, referiu Pizarro depois de o novo bastonário da Ordem os Enfermeiros (OE), Luís Filipe Barreira, ter defendido um acordo político para a saúde.
Manuel Pizarro considerou ainda inaceitável que haja pessoas sem acesso a médico de família, esperando que possa haver estabilidade até ao final de 2024.
“Em janeiro, vamos generalizar as unidades de saúde familiar [USF] de modelo B dos centros de saúde. A nossa expectativa (…) é ter entre 200 e 250 USF de modelo B e com isso cerca de 300 mil portugueses passem a ter médico de família. Não vai ser possível resolver isto de um dia para o outro, apesar de estarmos a assistir à entrada de novos médicos de família, estamos a assistir à reforma de muitos médicos de família”, indicou.
Sobre os problemas nas urgências hospitalares, o governante garantiu que o SNS “tem dado plena resposta à procura”, com as “dificuldades que são infelizmente habituais no período de inverno”.
“Temos conseguido dar uma resposta cabal. Claro que tem custos adicionais para as pessoas, para os médicos, para os enfermeiros, para os outros profissionais de saúde que estão nos serviços de urgência. (…) Às vezes, há um incómodo para os doentes que em vez de serem atendidos mais próximos das suas casas acabam por percorrer uma maior distância. Nós fazemos tudo o que está ao nosso alcance para que as coisas funcionem”, frisou.
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