“De acordo com as nossas previsões, o pico da pandemia estará adiado para o final de maio, o que indica que as medidas de contenção adotadas, designadamente ficar em casa a não ser para ir trabalhar, estão a ser efetivas”, disse a ministra da Saúde, Marta Temido, na conferência de imprensa diária sobre a evolução da pandemia de COVID-19 em Portugal.

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

“Estimamos que venhamos a ter um número muito elevado de pessoas com infeção, e isso coloca enorme pressão sobre o sistema de saúde e todos temos de fazer o que está ao nosso alcance para enfrentar o melhor possível aquilo que nos espera”, acrescentou a ministra da Saúde, vincando que “o objetivo é reduzir a transmissão da infeção e mitigar os efeitos da COVID-19″.

Na conferência de imprensa diária, que atualizou o número de mortos para 100 óbitos, mais 24 do que na sexta-feira, enquanto o número de infetados subiu 902, para 5.170, a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, disse que “o pico da pandemia não será um dia único, mas sim um planalto com casos relativamente semelhantes durante vários dias”.

Questionada sobre se essa previsão incide na última ou na penúltima semana de maio, Graça Freitas explicou que as previsões são atualizadas diariamente e escusou-se a revelar ao pormenor as projeções, argumentando: “São projeções para efeitos de planeamento, não nos parece que seja útil, não por uma questão de falta de transparência, mas porque causaria expectativas sobre se lá chegamos ou não, e são apenas instrumentos de trabalho”.

A diretora-geral de Saúde disse ainda, quando questionada sobre as últimas estimativas relativamente aos números do pico, anteriormente colocados nos 21 mil, que é provável que o número semanal de casos seja maior.

“Provavelmente o número de casos em cada semana será superior ao que foi inicialmente calculado, mas superior de uma forma controlada porque temos tido medidas de contenção”, disse Graça Freitas.

“Temos de estar preparados para ter um número superior de casos, sendo que isso vai sempre depender do que conseguirmos baixar a pressão do vírus e do que o vírus vá contrariar, tentando infetar mais pessoas”, explicou a diretora-geral de Saúde.