“Trata-se da criação, em poucos dias, de um hospital que chamamos de ‘Hospital de Missão’ e que servirá sobretudo para doentes pouco sintomáticos ou assintomáticos, que não tenham retaguarda familiar”, afirmou hoje Nuno Santos, adjunto do presidente da Câmara Municipal do Porto.
Em declarações aos jornalistas, à margem da visita ao Pavilhão Rosa Mota que, na próxima semana “pode entrar em funcionamento” enquanto hospital de “retaguarda”, Nuno Santos salientou que a gestão hospitalar caberá “à secção regional do Norte da Ordem dos Médicos”.
No pavilhão estão, por estes dias, e com a ajuda do exército português, a ser montadas “27 enfermarias no piso superior e algumas enfermarias e salas de contenção no piso inferior”, num total de 300 camas.
Nuno Santos salientou que esta é uma das “respostas” que a autarquia encontrou para mitigar as necessidades dos hospitais da cidade, nomeadamente do Centro Hospitalar Universitário do Porto e do Centro Hospitalar de São João, com quem colabora neste projeto.
”Os hospitais reportaram-nos a necessidade de termos este ‘backup’ aqui que nos permite atuar de um dia para o outro e começar a responder aquilo que são as necessidades (…). Falámos com os hospitais 10 vezes ao dia e, portanto, tem havido essa colaboração, a Câmara do Porto aqui que tem feito é encontrar respostas para os hospitais”, sublinhou.
Aos jornalistas, Nuno Santos explicou ainda que este “hospital de retaguarda” servirá para acolher os doentes com poucos sintomas de covid-19 ou até assintomáticos, principalmente os “idosos institucionalizados”, que, necessitarão sobretudo de cuidados de enfermagem.
Por forma a saber o número de profissionais de saúde necessários para a atuação neste “hospital de missão”, a Ordem dos Médicos está a fazer um estudo e a pedir a colaboração da Ordem dos Enfermeiros.
“A maior parte dos utentes que aqui estiver, vai ter de ter muitos mais cuidados de enfermagem, do que propriamente médicos. São os doentes ainda muito assintomáticos ou com sintomas ligeiros que vão estar neste espaço, que, agravando-se a sua situação de saúde, estamos a dois minutos ou três do Hospital de Santo António”, explicou.
Inicialmente pensado para funcionar como centro de acolhimento de idosos que tenham de ser deslocalizados dos lares da cidade, o Pavilhão Rosa Mota assume agora a função de “hospital de missão”, uma vez que a Diocese do Porto disponibilizou o Seminário de Vilar para tal efeito.
“É uma boa notícia, a Diocese do Porto disponibilizou-nos o Seminário de Vilar com a vantagem, para esse efeito, de poder resolver esse problema juntamente com a Pousada da Juventude. Nós ganhamos capacidade para esse projeto em termos, a todo o momento, uma solução para cada lar que entre, eventualmente, numa situação de contágio”, considerou o adjunto de Rui Moreira.
Questionado pelos jornalistas sobre o rastreio que a autarquia está a levar a cabo, desde domingo, nos lares de idosos da cidade, Nuno Santos adiantou que, apesar dos dados ainda serem “confidenciais e relativos”, são, contudo “muito positivos”.
“Existem alguns dados que, contudo, ainda mantemos confidenciais, são ainda relativos. Há uma população muito grande rastreada nos lares (…), os primeiros dados são muito positivos”, concluiu.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 750 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 36 mil.
Portugal regista hoje 160 mortes associadas à covid-19, mais 20 do que na segunda-feira, e 7.443 infetados (mais 1.035), segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
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