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O envenenamento por mercúrio afeta o sistema imunológico e todo o corpo humano
11/01/2013 - 09h22
As comunidades dos países em desenvolvimento enfrentam cada vez mais riscos sanitários e ambientais devido à exposição ao mercúrio, alertou na quinta-feira o Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas.
Várias áreas dos continentes africano e asiático e também da América do Sul estão sujeitas a um aumento das emissões de mercúrio no meio ambiente, devido ao crescente uso do metal nas explorações mineiras de pequena escala e à combustão de carvão para criação de eletricidade.
Esta exposição "representa uma ameaça direta para a saúde de 10 a 15 milhões de pessoas diretamente envolvidas na mineração do ouro", informou o diretor do programa Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas, Achim Steiner.
"O mercúrio continua a ser um grande desafio global, regional e nacional em termos de ameaça à saúde humana e ao meio ambiente", acrescentou.
O anúncio antecipa a conferência do Comité de Negociação Internacional sobre o Mercúrio agendada para 13 e 18 de janeiro, em Genebra, e que visa discutir um tratado global para minimizar os riscos da exposição a este metal.
Peixe contaminado chega à mesa dos consumidores
"Nos últimos 100 anos, as emissões provocadas pelo ser humano duplicaram a quantidade de mercúrio a cem metros de profundidade nos oceanos e a concentração em águas mais profundas aumentou 25%", acrescentou a empresa nova iorquina Blacksmith que lembrou que grande parte da exposição humana ao mercúrio se deve ao consumo de peixe contaminado.
O envenenamento por mercúrio afeta o sistema imunológico e pode levar a distúrbios psicológicos, perda dos dentes e problemas nos aparelhos digestivo, cardiovascular e respiratório.
Vários relatórios da ONU dão conta do aumento dos níveis de mercúrio no Ártico, onde 200 toneladas da substância são depositadas todos os anos.
"Devido à rápida industrialização, a Ásia é o maior emissor regional de mercúrio e responde por quase metade de todas as emissões globais", destacou o comunicado das Nações Unidas.
Nuno de Noronha com AFP
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