19 de agosto de 2014 - 14h01

O bastonário dos Médicos exorta os sindicatos a exigir que o Governo pague aos profissionais portugueses o mesmo valor que paga aos cubanos, agora que é conhecido que estes não especialistas ganham o dobro de um especialista nacional.

O jornal "i" revela hoje um acordo entre Portugal e Cuba, desde 2009, para a contratação de clínicos para médicos de família em Portugal, que custou nos últimos seis anos 12 milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Já tínhamos ideia da dimensão dos valores, mas agora os documentos oficiais vêm confirmar o que a Ordem dos Médicos há muito diz. A Ordem não pode fazer nada. Continuará a criticar a opção do Governo e esperamos que os sindicatos exijam que o Governo remunere os médicos portugueses com o mesmo que paga por não especialistas cubanos”, afirmou à agência Lusa.

Sobretudo, José Manuel Silva diz querer que o Ministério da Saúde “elimine, desista da opção política de financiar o sistema de saúde cubano e olhe para a situação dos médicos portugueses e resolva os problema dos doentes portugueses.

“O trabalho médico foi tão desqualificado que os médicos portugueses estão a emigrar e a reformar-se antecipadamente”, sublinhou.

Lembrando que Portugal é o 5º país da OCDE com mais médicos, o bastonário sublinhou que o problema em Portugal “não é a falta de médicos”.

A propósito, o bastonário sublinhou que o Estado português remunera melhor os médicos no setor privado, através de convenções e subistemas de saúde, do que no público.

“O Governo deve criar condições para contratar médicos portugueses. Por que é que opta por médicos cubanos sem especialidade, com barreiras linguísticas e culturais”, questiona.

José Manuel Silva salienta que a tutela nunca ofereceu estas condições (as que têm os clinicos ncubanos) para os médicos portugueses que queiram ficar no interior do país, por exemplo.

O bastonário sublinha que o Estado oferece 8 euros/hora a médicos especialistas portugueses e 96 euros por hora a cubanos sem especialidade, afirmando não compreender esta opção.

“Estes médicos ganham mais de quatro mil euros por mês e o Estado ainda lhes oferece alojamento, paga o gaz, água e eletricidade. É mais do dobro do que ganha um português com especialidade”, criticou.

Por Lusa