Em declarações à agência Lusa, Miguel Guimarães afirmou que “existem todos os motivos para os médicos marcarem uma greve”, comentando desta forma a intenção da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) de realizar uma greve nacional a 10, 11 e 12 de abril.

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“Existem todas as razões e mais algumas para os médicos aderirem a uma greve. Há uma insatisfação total dos médicos e dos próprios sindicatos. Ao que sei, as negociações entre sindicatos e Ordem não têm resultado em rigorosamente nada”, declarou o bastonário.

O representante dos médicos disse ainda que vai realizar uma reunião da direção nacional da Ordem para analisar a greve, bem como falar com os dois sindicatos médicos existentes.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) disse já que não descarta a hipótese de juntar-se à greve convocada pela FNAM, mas afirmou que ainda acredita no processo negocial que mantém com o Governo.

O bastonário da Ordem dos Médicos recordou ainda que nas próximas duas semanas haverá também uma reunião do Fórum Médico, que já estava prevista, onde será também analisada a greve dos médicos.

A própria FNAM já indicou que vai procurar o apoio do Fórum Médico, a plataforma que reúne todas as associações médicas, segundo afirmou João Proença, o novo presidente da comissão executiva da FNAM, no final de uma reunião do Conselho Nacional, durante o fim de semana, em Coimbra.

A decisão sobre a greve foi tomada “face à incapacidade do Ministério da Saúde em garantir os diversos compromissos já assumidos”, lê-se num comunicado emitido no final do encontro.

Além dos três dias de greve, está também prevista uma manifestação em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, a 10 de abril.

Entre as reivindicações da FNAM está a revisão da carreira e das grelhas salariais dos médicos, tendo por base o regime das 35 horas semanais.

O descongelamento imediato da carreira médica e a devida progressão salarial, bem como o propósito de dar um médico de família a todos os cidadãos estão igualmente entre as propostas defendidas pela estrutura representativa dos médicos.

Os médicos pretendem também a abertura de concursos anuais, a criação de um estatuto profissional de desgaste rápido, a separação progressiva dos setores público e privado, além do limite do trabalho extraordinário anual para 150 horas, “em igualdade com toda a outra função pública”.