O estudo não se fundamenta em nenhum ensaio clínico e por isso não garante uma relação de causa e efeito entre os cigarros eletrónicos que contêm nicotina e o número de pessoas que pararam de fumar.
Estudos anteriores colocaram mesmo em dúvida a eficácia dos cigarros eletrónicos como substitutos do tabaco. Alguns estudos afirmavam, inclusivamente, que o dispositivo representaria para os adolescentes uma "porta de entrada" para o vício.
Ainda assim, uma equipa de investigadores liderada por Emma Beard, da Universidade College London, cita evidências convincentes de que usar o cigarro a vapor pode ajudar a parar de fumar.
"As tentativas de abandonar o cigarro passaram a ter mais sucesso no momento em que os cigarros eletrónicos se tornaram populares", comenta Ann McNeill, especialista em dependências na King's College de Londres. "Na minha opinião, os fumadores que lutam para parar de fumar deveriam tentar os métodos possíveis, incluindo os cigarros eletrónicos", acrescenta a investigadora que não participou neste estudo.
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Quase um em cada cinco adultos fuma no Reino Unido. Os serviços públicos propõem ajudas para abandonar o tabaco, que incluem conselhos e prescrições. Pelo menos 2,8 milhões de britânicos optaram pelo cigarro eletrónico.
No estudo de Emma Beard, constata-se que os 18.000 antigos fumadores que optaram pelo cigarro eletrónico e depois deixaram o vício representam um número "baixo", mas "significativo tendo em conta os enormes benefícios para a saúde", afirmam os autores na revista British Medical Journal (BMJ).
Uma pessoa de 40 anos que deixa de fumar pode viver mais nove anos do que alguém que tenha fumado sempre ao longo da sua vida, apontam os autores.
Outro relatório sobre cigarros eletrónicos, divulgado pela publicação Cochrane Library, chega também à conclusão de que este método pode ajudar os fumadores a abandonarem o tabaco e indica que este não está associado a efeitos secundários indesejáveis graves, informação esta que é no entanto controversa na comunidade científica.
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