Numa nova recomendação sobre os nascimentos e partos emitida esta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem pôr em causa orientações que foram adotadas duraram décadas e que indicavam que um trabalho de parto que progride com uma taxa de dilatação do colo do útero menor que um centímetro por hora não fosse considerado normal.

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Perante este cenário, muitas vezes as mulheres recebem oxitocina para acelerar o trabalho de parto ou acabam por ser encaminhadas para cesarianas ou para trabalhos de parto com fórceps.

Na sua nova orientação, a OMS pediu a eliminação da referência à dilatação de um centímetro por hora. “Pesquisas recentes mostraram que esta linha não se aplica a todas as mulheres e que cada nascimento é único", disse Olufemi Oladapo, perito em saúde materna da OMS.

Segundo o responsável, a recomendação vai no sentido de indicar que esse limite de um centímetro de dilatação “não deve ser usado para identificar as mulheres em risco".

Para a OMS, muitas mulheres preferem um nascimento natural e confiam nos seus corpos para dar à luz o seu bebé sem intervenção médica desnecessária.

A organização considera que, mesmo quando a intervenção médica é necessária, é preciso incluir as mulheres na tomada de decisões sobre os cuidados que recebem.

A nova recomendação reconhece que cada trabalho de parto é único e que a duração da primeira etapa do processo varia de uma mulher para outra.

O documento divulgado esta semana pela OMS inclui 56 recomendações sobre o que é necessário para o trabalho de parto e imediatamente após a mulher ter o bebé.

Nas recomendações inclui o direito a ter um acompanhante à sua escolha durante o trabalho de parto e respeito pelas opções e tomada de decisão da mulher na gestão da sua dor, nas posições escolhidas durante o trabalho de parto e ainda o respeito pelo seu desejo de um parto totalmente natural, até na fase de expulsão.