Embora os cientistas, que investigaram a origem do vírus na China em janeiro e fevereiro, estimem que essa possibilidade seja a menos provável, "isso requer mais investigações, provavelmente com novas missões com peritos especializados, que estou disposto a implantar", assegurou Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A cidade de Wuhan e o mercado de Huanan, na China, não podem ser considerados como ponto de origem da pandemia, conclui o relatório da equipa de cientistas da Organização Mundial da Saúde que investigou a origem do coronavírus.
A investigação realizada por estes especialistas indica que houve casos iniciais que nada tinham a ver com o mercado Huanan, em Wuhan, e que agora se sabe que, em dezembro de 2019, houve uma transmissão considerável do vírus na comunidade que também não pode ser associada àquele lugar.
Estas informações “sugerem que aquele mercado não foi a fonte do surto”, afirma o relatório.
Esta é a primeira conclusão da missão internacional de 17 cientistas, que trabalharam com uma equipa composta pelo mesmo número de especialistas chineses, numa visita de 28 dias a Wuhan, metade dos quais foram passados pelo primeiro grupo em quarentena.
O local de onde o coronavírus SARS-CoV-2 se espalhou inicialmente permanece um mistério, porque, apesar de o mercado não estar totalmente descartado, não há provas suficientes de que a crise sanitária causada pela covid-19 tenha começado ali.
“Neste momento, não se podem tirar conclusões firmes sobre o papel do mercado de Huanan na origem do surto ou sobre a forma como a infeção terá chegado ao mercado”, sublinha o relatório.
Os cientistas apontaram também que estudos de diferentes países sugerem que o SARS-CoV-2 pode ter circulado várias semanas antes de o primeiro caso ser detetado em Wuhan.
Isto pode sugerir “a possibilidade de uma circulação ignorada em outros países”, referem os cientistas, que consideram importante conhecer estes casos anteriores.
Uma das narrativas mais comuns das autoridades chinesas é que o vírus não se espalhou pelo mundo a partir de Wuhan, mas tendo começado noutro lado.
A pandemia de COVID-19, transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019 na China, provocou pelo menos 2,7 milhões de mortos no mundo, resultantes de mais de 127 milhões de casos de infeção, segundo um balanço da agência France Presse.
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