A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu uma recomendação pública para não catalogar o cannabidiol (CBD), um princípio ativo da canábis, como droga, informou a empresa HempMeds México. "A evidência recente de estudos em animais e humanos mostra que o uso do cannabidiol poderia ter algum valor terapêutico para convulsões relacionadas com epilepsia e outras condições relacionadas", afirmou a OMS, segundo o comunicado da HempMeds.

De acordo com aquela agência das Nações Unidas, quando o cannabidiol tem uso terapêutico, não existe risco de gerar dependência como ocorre com outros canabinoides.

Raúl Elizalde, presidente de HempMeds México, empresa que vende e distribui produtos derivados de canábis nos Estados Unidos, defendeu na OMS o uso medicinal da planta durante a 39ª reunião do Comitê de Especialistas em Farmacodependência em novembro, escreve a agência de notícias espanhola Efe.

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Elizalde falou do caso de sua filha Grace, que sofre da síndrome de Lennox-Gastaut. A jovem tinha 400 ataques epilépticos por dia, por isso pediu autorização no México para importar o cannabidiol como tratamento. Foi a primeira a consegui-lo.

Hoje, Grace toma cannabidiol puro, importado dos Estados Unidos, e as suas convulsões diminuíram em 90%, segundo Elizalde.

Por outro lado, também o médico Stuart Titus, presidente-executivo da Medical Marijuana, diz que a indústria espera que esta recomendação "facilite o acesso a produtos derivados de CBD para melhorar a qualidade de vida" de milhares de doentes.

De acordo com a OMS, a canábis é a droga ilícita mais consumida em todo o mundo.