O alerta de um grupo internacional de peritos da OMS foi publicado hoje no British Medical Journal (BMJ), recordando que também não foi feita qualquer recomendação para estes medicamentos específicos para tratar casos de covid-19 grave ou crítica.
De acordo com o Grupo de Desenvolvimento de Orientações da organização, o antidepressivo fluvoxamina e o colchicine, utilizado para tratamento da gota, podem implicar “potenciais danos”, apesar de terem recebido “um interesse considerável como potenciais tratamentos para a covid-19 durante a pandemia”.
“As recomendações de hoje contra a sua utilização refletem a incerteza sobre a forma como os fármacos produzem um efeito no corpo”, assim como provas de “pouco ou nenhum efeito” sobre a redução do risco de hospitalização e da necessidade de ventilação mecânica, referiu a OMS em comunicado.
A recomendação da OMS contra o uso de fluvoxamina, exceto em ensaios clínicos, baseia-se em dados de três ensaios envolvendo mais de 2.000 doentes, e o conselho contra a utilização da colchicine resulta de sete ensaios envolvendo 16.484 pessoas.
O painel, que inclui especialistas de todo o mundo, observou ainda que nenhum dos estudos incluiu crianças, no entanto, consideram não existir razão para crer que os doentes de covid-19 desta faixa etária responderiam de forma diferente ao tratamento com fluvoxamina ou colchicine.
As recomendações hoje publicadas fazem parte de uma orientação desenvolvida pela OMS com o apoio metodológico da Magic Evidence Ecosystem Foundation, para fornecer orientações sobre a gestão da covid-19 e ajudar os médicos a tomar melhores decisões sobre o tratamento da doença provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2.
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