2 de abril de 2013 - 14h16
A Organização Mundial de Saúde está a acompanhar o aparecimento em humanos, na China, de um tipo de gripe aviária que até agora só havia sido detetado em animais, considerando crucial perceber como o vírus infetou as pessoas.
Em conferência de imprensa em Genebra, a porta-voz da agência da ONU, Fadela Chaib, reconheceu ter sido "a primeira vez que o H7N9 foi detetado em humanos", mas assegurou que até agora não há indicação de que possa transmitir-se de pessoa para pessoa.
A China informou no fim de semana a OMS de que dois homens, com 87 e 27 anos, morreram em Xangai no início de março infetados com o vírus H7N9. A presença do vírus só foi confirmada na sexta-feira.
Uma mulher de 35 anos na província oriental de Anhui, perto de Xangai, estava em estado crítico, após ser diagnosticada com o mesmo vírus.
Segundo a representante da OMS, as investigações na China procuram compreender agora a extensão deste surto, a sua origem e o modo de transmissão.
A descoberta do vírus H7N9 "é um facto importante, mas em relação ao qual ainda há muitos aspetos desconhecidos", disse. Para já, adiantou, "as investigações em curso não mostram relação entre os três casos".
Os três pacientes infetados com H7N9 apresentaram sintomas iniciais de febre e tosse, que evoluíram para uma infeção respiratória e depois para uma pneumonia severa entre 19 de fevereiro e 15 de março, segundo informou hoje a OMS.
Chaib disse que as autoridades chinesas "estão a fazer tudo o deve ser feito" em casos como este, seguindo as cerca de 88 pessoas que estiveram em contacto com os três pacientes e reforçando o sistema de vigilância sanitária nas duas províncias afetadas.
A China está também a aumentar a capacidade dos laboratórios e a formar profissionais de saúde no diagnóstico, registo e tratamento de possíveis novos casos, disse a porta-voz.
"O papel da OMS será seguir com as autoridades chinesas esta situação. É a primeira vez que o H7N9 é detetado em humanos e claro que é uma preocupação para nós", afirmou.
Especialistas da OMS em Genebra reúnem-se hoje por teleconferência com o gabinete da organização em Pequim para melhor compreender a situação, que fez reavivar temores relacionados com a transmissão no passado, também na China, de vírus de origem animal para os humanos, como a gripe aviar do subtipo H5N1.
Essa epidemia matou mais de 360 pessoas em todo o mundo entre 2003 e março deste ano, segundo a OMS.
Lusa