Um terço das crianças portuguesas tem excesso de peso e Portugal é um dos países da Europa com piores indicadores na obesidade infantil, segundo um estudo que vai ser apresentado esta semana numa conferência internacional.
A análise foi feita em 13 países europeus e Portugal é um dos países com maior prevalência de peso a mais em crianças, com a Itália a surgir em primeiro lugar.
“Temos 14% de crianças com obesidade e 32% com excesso de peso”, afirmou à agência Lusa a nutricionista Ana Rito.
A especialista lembra os pais que um índice de massa corporal que a partir do percentil 85 é considerado excesso de peso e que acima de 95 é considerado obesidade.
Nesta primeira ronda de resultados, que agora serão apresentados, não entraram outros países da bacia mediterrânea que permitam a Portugal ter uma boa comparação de resultados.
Integraram esta primeira ronda do estudo a Bulgária, Irlanda, Lituânia, Noruega, Portugal, Suécia, Bélgica, Chipre, República Checa, Itália, Malta, Eslovénia e Letónia
Dentro de dois anos, o sistema de vigilância nutricional infantil da Europa, conduzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), conta ter novos dados, já com países como a Espanha ou a Grécia.
Para Ana Rito, nutricionista do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, os dados relativos a Portugal são “muito preocupantes” e fazem da obesidade a doença mais prevalente na infância.
Em Portugal o estudo envolveu as cinco Administrações Regionais de Saúde e ainda as regiões autónomas da Madeira e Açores.
Os Açores foram a região onde se verificou maior prevalência de excesso de peso e obesidade e o Algarve aquela com melhores resultados.
Peritos nacionais e internacionais vão debater, entre quarta-feira e sábado em Oeiras, a problemática da obesidade infantil. Em todo o mundo 45 milhões de crianças são afetadas por esta doença, que a OMS já considerou como estando a atingir níveis epidémicos.
05 de julho de 2011
Fonte: Lusa
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