A pesquisa, publicada esta quinta feira na revista médica The Lancet, vem refutar estudos anteriores que concluíam que ter alguns quilos a mais não trazia riscos para a saúde.

"Esse estudo mostra, definitivamente, que o excesso de peso e a obesidade estão associados a um risco de morte prematura", disse à agência France-Presse a líder da pesquisa, Emanuele Di Angelantonio, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

Para além disto, existe uma maior probabilidade das pessoas desenvolverem doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, doenças respiratórias e cancro.

O estudo, que foi feito com base nos dados de 3,9 milhões de adultos, descobriu que as pessoas com excesso de peso perdem, em média, cerca de um ano da sua esperança média de vida. Já os indivíduos "moderadamente obesos" perdem cerca de três anos.

"As pessoas severamente obesas perdem cerca de 10 anos da esperança média de vida", afirmou Di Angelantonio.

Na amostra do estudo, considerado um dos maiores sobre o tema, a equipa de investigadores não incluiu fumadores, ex-fumadores e portadores de doenças crónicas. A amostra foi dividida em diversas categorias de acordo com seu Índice de Massa Corporal (IMC) e comparou os números e causas de morte em cada uma dessas categorias.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um IMC de 18,5-24,9 é considerado normal, 25-29,9 excesso de peso, 30-34,9 obesidade moderada, 35-39,9 obesidade severa, e acima de 40 obesidade mórbida.

Os  investigadores descobriram que o risco de morrer antes dos 70 anos aumentou de 19% em homens com peso normal para 29,5% em homens moderadamente obesos. Entre as mulheres, esse risco aumentou de 11% para 14,6%.

"Isso corresponde a um aumento absoluto de 10,5%, para os homens, e 3,6%, para as mulheres", disse um comunicado da revista The Lancet.

Segundo os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) relativos a 2014, mais de 1,9 milhão de adultos em todo o mundo estavam acima do peso, sendo que mais de 600 milhões eram obesos.