O Viagra, o famoso comprimido azul lançado há mais de duas décadas, foi uma revolução farmacológica e social, recorda Nuno Monteiro Pereira. "O homem deixou de ter uma doença estigmatizante para ter um problema que se trata", sublinha o médico urologista em entrevista à edição de fevereiro da revista Prevenir, já nas bancas. Atualmente, os tratamentos existentes para a disfunção erétil são mais e melhores mas o caminho a percorrer continua a ser grande.
Além de ser necessário definir o mais indicado para cada caso, é preciso despistar as doenças que podem estar na sua origem. "99% dos casos de disfunção erétil podem ser tratados", garante. "Os dados apontam para um universo de 400.000 portugueses afetados, metade na faixa entre os 40 e os 70 anos. A disfunção erétil é a segunda disfunção sexual masculina mais prevalecente, a seguir à ejaculação prematura, mas é bastante mais grave pelo grau de consequências que acarreta e pelas implicações que pode ter na própria identidade masculina", refere Nuno Monteiro Pereira. A desinformação continua a ser muita. 20% dos homens não procura ajuda por achar que a disfunção erétil é inevitável e irreversível com a idade, "o que não é verdade", assegura o urologista.
"Uma situação ocasional ou de curta duração pode ser causada por cansaço ou até por falta de confiança e, muitas vezes, resolve-se por si. A disfunção é uma situação continuada, com tendência a piorar", acrescenta ainda o médico. Nos últimos anos, surgiram novas e inovadoras formas de tratamento, como explica na entrevista. "Há tratamentos experimentais, como o uso de células estaminais que poderão ser viáveis no futuro, mas irá demorar", ressalva o médico.
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