17 de outubro de 2013 - 07h18

Os serviços sociais da Assistência Médica Internacional (AMI) recebem cada vez mais pedidos de ajuda e só nos primeiros seis meses deste ano foram mais de 11.200 as pessoas apoiadas, um valor 13% acima de igual período de 2012.

De acordo com os dados da AMI, os serviços sociais ajudaram 11.263 pessoas entre janeiro e junho de 2013, sendo que 24% destas eram pessoas que procuravam esta ajuda pela primeira vez.

O número de novos casos, aliás, tem vindo a aumentar de ano para ano, registando-se 5.581 só em 2012.

Por outro lado, comparando o primeiro semestre de 2013 com igual período de 2008 - ano em que começou a crise económica em Portugal – há mais 6.568 pessoas a pedir ajuda, o que representa, em termos percentuais, um aumento de 139%.

O número de pessoas ajudadas pela AMI tem vindo a aumentar de ano para ano e se em 2008 foram, no total, 7.702, esse valor aumentou para 9.370 em 2009, para 12.383 em 2010, 14.937 em 2011 e 15.764 em 2012.

Significa isso que entre 2008 e 2012 há mais 8.062 pessoas a precisar da ajuda da AMI, um número que representa um aumento de 105% em quatro anos.

Segundo a AMI, “a maior parte das pessoas que procuraram apoio encontra-se em idade ativa entre os 16 e os 65 anos (67%), seguido do grupo de menores de 16 (26%) e dos maiores de 65 anos (7%)”.

Por outro lado, são “predominantemente portugueses (85%) e têm baixas habilitações literárias: 1º ciclo (34%) e 2º ciclo (18%)”.

Os números da AMI mostram também que se trata de uma população que está maioritariamente desempregada (74%) e não tem formação profissional (70%).

De acordo com a AMI, na maior parte das vezes os recursos económicos provêm de apoios sociais como o Rendimento Social de Inserção (RSI) (22%), pensões e reformas (19%) e os subsídios e apoios institucionais (18%).

“Acrescenta-se que 18% tem rendimentos de trabalho, mas que se revela precário e insuficiente pelo que têm que recorrer aos apoios sociais. De referir ainda que 20% não tem qualquer rendimento”, refere a organização.

Entre os que neste seis meses pediram ajuda à AMI, há também registo de sem-abrigo, havendo 1.142 pessoas sem-abrigo apoiadas pelos serviços sociais, um número ligeiramente abaixo do verificado no primeiro semestre de do ano passado(1.209 pessoas).

Nestes seis meses, a AMI registou 247 novos casos de pessoas sem-abrigo a quem prestou auxílio.

A ajuda a estas pessoas é sobretudo ao nível de alimentos (66%), apoio social (53%) e roupas (38%).

Lusa