Os dados do Infarmed até setembro do ano passado mostram que a despesa com os fármacos passou de 50 para 142 milhões de euros entre 2010 e 2014.

Os avanços da investigação farmacêutica têm permitido o desenho de terapêuticas feitas à medida de cada paciente, com múltiplas inovações, que tornam a cura mais eficaz, mas também mais onerosa para o Estado.

Vários especialistas ouvidos pelo diário supracitado antecipam dificuldades futuras na negociação com as farmacêuticas.

Logo a seguir ao acordo do Governo português com o laboratório Gilead, por causa do medicamento para a hepatite C com taxas de cura superiores a 90%, o próprio presidente do Infarmed, Eurico Castro Alves, avisou que estaríamos no "princípio do Inferno" e de uma luta de "David contra Golias", referindo-se ao poder da indústria farmacêutica.

António Vaz Carneiro, que dirige o Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência, nota que só na área do cancro há "oito mil moléculas em estudo".

Em breve surgirão também tratamentos para doenças degenerativas do sistema nervoso central e para as doenças raras.

À medida que o ritmo de entrada de medicamentos inovadores acelera, crescerá também o desafio da gestão das contas públicas.