Nuno Maia disse à agência Lusa que “este procedimento inovador tem a vantagem de causar a mínima agressão cirúrgica ao doente”, ao permitir a eliminação, “apenas, de o núcleo de células malignas que se pretende destruir”.

A realização deste tratamento a um homem de 64 anos, residente na região Centro, envolveu quatro médicos e dois enfermeiros, com a colaboração do urologista Massimo Valério, do hospital University College of London, em Inglaterra.

A equipa realizou, num hospital privado de Coimbra, uma intervenção denominada “eletroporação irreversível prostática”, com a ajuda de agulhas e corrente elétrica, proporcionando “a tecnologia mais recente e promissora no tratamento focal do cancro da próstata”.

Segundo Nuno Maia, coordenador da equipa de urologia da Idealmed Unidade Hospitalar de Coimbra - local da intervenção -, uma das vantagens desta técnica é “a preservação na totalidade da potência sexual e continência urinária”.

O procedimento, realizado no bloco operatório, sob anestesia geral e com apenas um dia de internamento, consiste na colocação de duas ou mais agulhas no tecido prostático, com recurso à ecografia biplanar, utilizando uma corrente elétrica “com determinadas características”.

O próprio sistema imunitário do doente removerá o tecido destruído, “sem daí resultar qualquer sequela ou cicatriz”, adiantou à Lusa Nuno Maia, que obteve formação específica, em Londres, realizando agora a sua primeira intervenção com estas características.

A nova técnica, no entanto, “não é, para já, aplicável a todos os doentes com cancro da próstata”, esclareceu o médico.