5 de setembro de 2013 - 08h35

Um modelo de cálculo de risco do cancro do pulmão pode ajudar os
médicos a acabarem com os erros quando avaliam se uma mancha numa
tomografia a um pulmão de um fumador é maligna ou não, anunciaram hoje
investigadores.

As tomografias computadorizadas podem salvar
vidas, mas não são perfeitas e podem levar a cirurgias desnecessárias em
25 por cento dos casos, assinalam cientistas, num artigo publicado na
revista New England Journal of Medicine.

O modelo descrito ajudou
os médicos a decidirem corretamente, numa proporção de nove em cada dez
vezes, se uma mancha ou uma lesão no pulmão é benigna ou maligna.

O
modelo inclui uma calculadora de riscos, que avalia a idade, o sexo, o
histórico familiar, o enfisema, a localização do nódulo e outras
características.

"Temos evidências de que o nosso modelo e
calculadora de risco podem prever que anormalidades, reveladas por uma
primeira tomografia, requerem ou não seguimento, como uma nova
tomografia, uma biopsia ou cirurgia", afirmou Stephen Lam, um dos
coautores do estudo e professor de medicina na universidade canadiana de
British Columbia.

De acordo com Martin Tammemagi, investigador na
Universidade de Brock, também no Canadá, o modelo propõe-se reduzir o
número de exames desnecessários e aumentar o diagnóstico rápido de
cancro do pulmão em pessoas que têm risco elevado de desenvolver
nódulos.

A ferramenta foi testada em quase três mil pessoas,
incluindo antigos e atuais fumadores, entre os 50 e os 75 anos, que
fizeram tomografia computadorizada.

Os cientistas descobriram que
nódulos maiores não significam sempre cancro e que a doença se
manifestava mais na parte superior do pulmão do que nos lóbulos
inferiores.

O modelo de análise de risco ajudou a determinar
corretamente se um nódulo era ou não cancerígeno em 94 por cento dos
casos, o que os investigadores consideram ser um "prognóstico de
excelente exatidão".

Lusa