25 de janeiro de 2013 - 15h55
As grávidas portuguesas podem a partir da próxima segunda-feira realizar um teste pré-natal inovador que deteta trissomias fetais com 99% de certezas, sem necessidade de realizar testes invasivos como a amniocentese, anunciou hoje o laboratório Labco.
Este novo avanço no diagnóstico pré-natal que chega agora a Portugal é baseado na análise de ADN fetal presente no sangue materno e deteta trissomias fetais em gravidezes com mais de 10 semanas de gestação, sem risco para a grávida ou para o feto, e com uma taxa de deteção até 99%, explicou à Lusa Laura Brum, diretora geral da Labco Diagnostics.
O teste reduz até "cinco vezes" os resultados falsos positivos em comparação com outros testes, permitindo uma avaliação precisa do risco das trissomias responsáveis pela maioria das anomalias cromossómicas no diagnóstico pré-natal, adianta a responsável.
O teste de diagnóstico pré-natal, que vai ter um custo de 670 euros – a amniocentese pode chegar aos 500 euros -, vai estar disponível, numa primeira fase, apenas em quatro hospitais privados portugueses.
Os hospitais aderentes a esta tecnologia que deteta as anomalias cromossómicas mais frequentes, como o Síndrome de Down, com precisão próxima dos 100%, são o Hospital da Luz (Lisboa), Hospital dos Lusíadas (Lisboa), Hospital da Boavista (Porto), Hospital de Santiago (Setúbal) e Hospital Stª. Maria (Faro).
Com este diagnóstico vai ser possível baixar o número de amniocenteses (colheita pré-natal de fluído amniótico com o objetivo de detetar eventuais anomalias do feto), em Portugal, prevê a médica Laura Brum, referindo que apesar de o exame ainda não ser comparticipado, o próximo passo é começar a “propor às seguradoras a sua comparticipação” e, talvez mais tarde, propor ao "Serviço Nacional de Saúde".
Este diagnóstico pré-natal, que estará disponível a partir de 28 de janeiro, foi criado nos EUA, chegou ao Reino Unido em agosto de 2012, foi depois para Espanha e chega este ano a Portugal.
Das 40% das pacientes em Espanha que efetuaram este teste tinham pensado em realizar uma técnica invasiva de diagnóstico, embora 97% soubessem os riscos envolvidos.
Lusa